Equipe formada por jovens de comunidades e policiais, Geração UPP se prepara para mais uma edição do Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu
Leonardo Fabri
Equipe formada por jovens de comunidades e policiais, Geração UPP se prepara para mais uma edição do Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu


Após um hiato de dois anos, devido à pandemia, a Geração UPP retorna a Barueri, na Grande São Paulo, para disputar, pela sexta vez, a competição de jiu-jitsu mais importante do calendário nacional, o Campeonato Brasileiro da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBJJ), que acontece entre os dias 6 e 15 de maio.

Nas participações até aqui, a equipe formada por alunos do programa que leva os ensinamentos das artes marciais a jovens de comunidades através de policiais militares faturou 211 medalhas, 63 delas de ouro. Assessor de Polícia de Proximidade, o Major PM Vinicius de Oliveira falou da expectativa para esta edição.

"2022 é um ano de recomeço. Tivemos esses dois anos de pandemia, no qual as crianças treinaram muito pouco e não puderam competir; mas mantivemos o mesmo patamar de inscrições de 2019. Estamos na reta final dos preparativos e a expectativa é muito boa. Acreditamos que também manteremos o aproveitamento", ressalta o policial.

Este ano a delegação viaja a Barueri com cerca de 85 competidores, entre crianças, adolescentes e adultos, além dos treinadores e familiares dos atletas. A logística conta com três ônibus e apoio da Legião da Boa Vontade (LBV) - do Rio de Janeiro e de São Paulo - e Super Rádio Brasil 940 AM.

O projeto Geração UPP, iniciado em 2009 através da parceria entre LBV, Super Rádio Brasil, Prime Esportes, Boomboxe, Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e Governo do Estado, está presente em 17 comunidades cariocas. Em todas elas, policiais graduados ensinam técnicas e filosofia das artes marciais aos moradores.

"Fui comandante de UPP por 10 anos e vi de perto uma verdadeira transformação acontecer. Essa transformação começou através de cada aluno e foi se expandido para suas casas, vizinhança e, hoje, podemos dizer que transformou as comunidades, tanto em termo de autoestima quanto de comportamento", destaca o major Vinicius.

"Vale ressaltar que isso tudo aconteceu graças a uma união de pessoas e instituições. Inclusive, sempre que eu chegava a uma UPP e não tinha o projeto, eu acionava a LBV para a gente implementar, e sempre pude contar com o apoio deles. Essa parceria foi e continua sendo essencial para a existência do programa", complementa.

A transformação não se limitou às comunidades, ela avançou também dentro dos batalhões. Inspirados pelas conquistas dos alunos do projeto, os próprios policiais se uniram para promover competições internas. Até a pausa da pandemia, foram realizadas três edições do campeonato policial.

Além disso, em 2018, a Polícia Militar do Rio foi a grande campeã do primeiro Campeonato Brasileiro das Forças de Segurança Pública, que reuniu competidores da Aeronáutica, Bombeiros Militares, Exército, Guarda Municipal, Marinha e polícias Civil, Federal, Militar, Rodoviária e Secretaria de Estado de Administração Penitenciária.

"Não tenho dúvida de que essa experiência que se iniciou nas UPPs realmente deu um estímulo muito grande na prática do jiu-jitsu dentro dos batalhões da polícia militar. Essa vitória das crianças, das comunidades, com certeza incentivou a prática do esporte dentro da Polícia Militar do Rio", reconhece o comandante.

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