A encaminhada venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Vasco para a 777 Partners mudou a expectativa de todos os envolvidos no clube. E do ponto de vista prático, um dos maiores interessados na mudança de realidade financeira do Cruz-Maltino é o gerente geral, Carlos Brazil. Nesta segunda parte da entrevista exclusiva concedida ao LANCE! na última quarta-feira, o dirigente explica o momento da parceria. E reitera que os R$ 70 milhões já aportados pela empresa não serão utilizados para reforços.
- É a tecnologia, recursos humanos mesmo. Os scouters
que estão trabalhando na empresa (no Genoa, da Itália, clube pertencente à 777), eu estou tendo contato diário. Eles estão ajudando no sentido de mercado europeu e de mercado sul-americano, buscando alternativas que, muitas vezes, você não encontra aqui no Brasil, mas pode ter fora. Isso é ajuda que eles estão prestando e agradeço demais a eles por isso. Hoje, é importante esse tipo de ajuda - reforçou Carlos Brazil, emendando:
- Conhecer um pouco mais como funciona o mercado de fora, como é a característica da 777 para que possamos, amanhã, estar com eles, é importante. Entender como planejam o Vasco, como veem o Vasco no futuro e que tipo de ajuda podem nos dar. Isso não quer dizer mais uma ajuda financeira, dinheiro para contratações, não, de maneira nenhuma. Daqui a pouco surgem notícias: "Vai ter X milhões para contratar." Não vai ter - decretou o dirigente.
A entrevista ocorreu horas antes de ser noticiada a proibição de transferências por seis meses
- que, obviamente, o Vasco buscará reverter. Dois profissionais em ação no Velho Continente para o Genoa estão designados a ajudar o Cruz-Maltino no momento. Mais pessoas tentando encontrar as melhores oportunidades para o elenco vascaíno ser encorpado.
- Entra na análise de mercado da mesma forma com eles lá. O que tivemos que passar para eles? O nosso planejamento desde o início do ano. Nossa análise de mercado tem jogadores mapeados? Evidente que tem. Passa-se para darem as opiniões técnicas deles, para os scouters
olharem. É uma questão de respeito, de reciprocidade - sublinhou Brazil, antes de completar:
- Estamos nos comunicando quase que diariamente, o que é legal, mas também não é um fator decisivo. Eles não conhecem muito ainda a realidade do Brasil, não conhecem ainda a realidade da Série B, não conhecem a realidade, profundamente, do time do Vasco também. Temos procurado passar isso para eles para eles também ajudarem nas questões técnicas: "O que vocês acham disso?", "Analisa isso". Quanto mais pessoas envolvidas no processo, mais você minimiza o erro - entende o gerente geral do Vasco.
-> Confira a tabela da Série B do Campeonato Brasileiro
Os profissionais que estão no Vasco, portanto, seguem com papel fundamental. A tentativa é de acelerar o processo e, nas duas semanas e meia que faltam para o fechamento da janela, os melhores reforços possíveis sejam contratados.
- Eles também respeitam nosso trabalho. Muito. Às vezes trazem alternativas de um ou outro jogador, nós dizemos que esse jogador não atenderia por causa disso, disso e disso e isso é respeitado por eles também. E muitas vezes eles podem indicar algum jogador que possa ajudar... mas tudo é avaliado paralelamente e discutido. Tem sido muito importante e somente agrega - celebrou Brazil. E completou:
- Essa é a ajuda efetiva que eles estão nos dando. Ainda não é ajuda financeira de "vamos lá, vamos comprar o jogador tal". Não é isso. Precisamos apenas deixar de criar essa expectativa no torcedor porque é uma expectativa que gera frustração. Precisamos entender onde está esse help
, essa ajuda deles - ressaltou.
Zé Ricardo, Jorge Salgado e Carlos Brazil (Foto: Rafael Ribeiro / Vasco)