Neste sábado, o Fluminense conquistou sua nona vitória consecutiva, feito que não acontecia desde 1941. Pela nona rodada do Carioca, o Tricolor venceu o Vasco por 2 a 0, no Estádio Nilton Santos. Após a partida, Abel Braga celebrou o bom momento da equipe e analisou o último clássico da Taça Guanabara. O técnico também projetou a Libertadores e falou sobre o rodízio do elenco. Ele ainda aproveitou para comentar o caso de violência contra a equipe do Grêmio antes de clássico pelo campeonato gaúcho, e outro ocorrido no Paraná, e fez um apelo aos torcedores.
RODÍZIO NO ELENCO
- Dúvida nenhuma. Temos muita consciência de que temos duas equipes. Nós vencemos porque eu acreditava nos jogadores, a equipe foi praticamente aquela que jogou contra o Volta Redonda, em uma atuação também muito boa. O mais importante é essa relação humana que tem no grupo, em que um torce pelo outro.
- Hoje ficou provado que não tem time A ou B, o Fluminense tem dois bons times para disputar muitas competições no ano. É dessa maneira que eu vejo. Alguns jogadores começam a se destacar, outros nem tanto, mas é assim. Nós estamos crescendo como um todo. Foi uma partida muito boa, pela posse, pelos passes, pelas finalizações... Nunca, em momento algum, abdicou de atacar. Claro que com o 2 a 0, a gente tentou chamar o Vasco mais um pouquinho para o contra-ataque. Foi um bom jogo e um bom resultado. Lamentavelmente, nem dá para curtir porque terça-feira tem mais um jogo decisivo.
APROVEITAMENTO NO CARIOCA
- É importante porque dá uma confiança muito grande vencer os três clássicos. Sem soberba, com humildade, respeitando. Fizemos um segundo tempo bom contra o Flamengo, um bom jogo contra o Botafogo e hoje, um jogo seguro. Quem viu o jogo, deve ter gostado da partida do Fluminense. Na terça-feira, acredito que o time deles não vai mudar nada, e vai meter intensidade e velocidade porque o time deles é de muita movimentação. Só que nós temos que dar uma resposta melhor, não vamos ficar na situação de ‘se eu correr muito ali, não tem como voltar’. ‘Eu tenho que correr os metros para a frente os que eu correr para trás’ por causa da altitude. Agora não.
LIBERTADORES
- Acho que apesar do bom resultado, nós tivemos uma desvantagem quanto a isso porque o meu time acabou [o jogo] morto. Agora vamos analisar até segunda-feira o grupo que jogou hoje, e pode ser que na terça-feira a gente coloque alguma coisa desse pessoal que atuou com um brilhantismo muito grande. Não vai ser fácil para nós, ganhamos porque jogamos da nossa maneira e não vamos mudar nada. Mas aquele sofrimento, da pressão inicial e de sofrer o gol, e só depois o time começar a se encontrar, não vai acontecer porque não tem altitude. Também não vão colocar aquela intensidade toda no nível do mar, é impossível.
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VIOLÊNCIA EM CLÁSSICOS E CASO DO GRE-NAL
- Acho que essa vitória ameniza um pouco o que a gente vem sentindo pelo momento no mundo, por tudo o que acontece. Lamentavelmente, aconteceu o problema no Paraná, na Bahia, no Gre-Nal hoje... A gente vai parar aonde? Isso não existe mais, estamos no século XXI. Se não consegue controlar a paixão, fica em casa. Vê pela televisão. O cara está indo trabalhar, e aí jogam uma pedra no ônibus. Aí você vê a cara do Danilo... Eu conheci ele pessoalmente, fui treinador dele no Inter, é alguém sensacional, um ser humano incrível. Pelo amor de Deus, gente. Vamos parar para refletir, ver o que está acontecendo na Ucrânia, as pessoas tentando sair e não conseguindo. Um problema seríssimo. Até lá, o futebol está continuando, um ou dois jogos existiram... E aqui no Brasil é isso.