Há menos de um ano meio no comando do Palmeiras , Abel Ferreira já atraiu milhões de fãs entre os torcedores do clube. Não é à toa que com o espírito palmeirense, o ótimo trabalho realizado e os títulos conquistados, ele virou ídolo. No entanto, ele segue sendo contestado por alguns setores da mídia especializada e as críticas têm saído bastante dos limites das quatro linhas .
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A própria torcida do Alviverde sabe que o jogo do time não é o mais bonito do mundo e a proposta nem é essa, mas tem certeza que se trata do grupo mais competitivo e mais bem treinado em muitos anos. A quantidade de jogadores que foram potencializados, as inúmeras variações apresentadas nesse período e as soluções tiradas "da cartola" em jogos decisivos são suficientes para mostrar que é preciso respeitar o que o técnico português tem feito.
Comparar com A ou B é ingrato, tanto com Abel quanto com o personagem com o qual se estabelece a comparação. São grupos diferentes, circunstâncias diferentes, diretorias diferentes, condições diferentes... Falar que um é melhor que o outro se baseia apenas em nossos próprios gostos e cada um tem o seu, quando começamos a criticar o do outro, perdemos a razão na argumentação.
E muitos têm perdido a razão, como pudemos ver recentemente. Sem conseguirem criticar taticamente ou com argumentação ponderada, esses profissionais da mídia especializada passaram a perseguir tanto o técnico palmeirense quanto os admiradores dele, principalmente após o vice no Mundial de Clubes. O discurso estava pronto e bem armado para quando o Chelsea vencesse o clube brasileiro, porque é na derrota que eles aparecem.
O clubismo, há décadas e décadas conhecido por quem acompanha a mídia esportiva, é até normal nessas circunstâncias. Todo profissional de imprensa no meio do futebol tem seu time do coração, isso é um fato. Acontece que essa questão tem ultrapassado os limites aceitáveis, tanto é que as críticas também têm saído das quatro linhas e partido para lugares bastante perigosos.
Na última quinta-feira um episódio deixou isso bem claro e nem vale citar aqui, pois já foi amplamente difundido por diversos veículos. Mas realmente foi mais um sintoma de uma normalização do "vale-tudo" nas críticas. Ironizar e menosprezar espectadores e leitores já era comum, agora até familiares passaram a ser atacados nesse exagero de demonstrar sua raiva por algo que não concorda. Até onde aprendi, isso não é opinião, muito menos jornalismo.
Que tipo de contribuição isso traz para o debate do futebol? Como queremos dar passos à frente aqui no Brasil se negamos o que parece ser bom (e é), apenas porque não torço para o time X e não gosto de como joga a equipe Y? Ao que parece, o objetivo não é debater, é exaltar o meu clube quando ganha, e criticar o seu quando ele perde. Não há aprendizado, somente animosidade.
Sem citar nomes ou responder críticas, Abel vem distribuindo várias carapuças nas declarações que dá em suas ótimas entrevistas coletivas e muitas delas tem servido perfeitamente por aí. Chegaram até a dizer que ele não fala de futebol quando fala com a imprensa, mas na verdade o que se encaminha agora é o contrário, pois para falar de Abel cada vez menos se fala de futebol.