Ninguém vai negar que o empate conquistado pelo Palmeiras, na Arena da Baixada , na última quarta-feira, foi um um bom resultado. Mas quem assistiu ao jogo completo, sabe que o placar de 2 a 2 poderia ser bem diferente e com vantagem para o Verdão, que mais uma vez perdeu chances de matar o jogo . Pelo menos Abel e elenco seguem podendo contar com Raphael Veiga .
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O Alviverde não fez uma partida ruim, levando em conta o ambiente "hostil" criado pela torcida adversária, sempre muito ativa na arena do Furacão, e os desfalques na zaga. As chances mais perigosas do adversário aconteceram em vacilos palmeirenses, com direito a desatenção, displicência e decisões erradas, como a de Veiga, que não afastou a bola que originou o gol de Marlos.
De maneira geral, a estratégia de Abel Ferreira funcionou muito bem, neutralizando as ações ofensivas do Athletico e explorando os espaços deixados pelo rival, principalmente quando havia a possibilidade de contra-ataque, ou seja, exatamente como o Palmeiras gosta de jogar. Acontece que essa eficiência tática e estratégica foi minada por chances desperdiçadas.
Assim como tem sido constante na grande maioria dos últimos jogos, o Verdão cria oportunidades em abundância, com intensidade e volume ofensivo bastante interessantes para um time que não é considerado ofensivo. No entanto, essas chances não tem sido convertidas em gols para poder "matar" esses duelos. Somente contra o Athletico-PR, é possível pensar em pelo menos cinco oportunidades bem claras de balançar a rede na Arena da Baixada.
Uma com Atuesta, logo aos três minutos de jogo, depois com Rony, ainda no primeiro tempo, depois com o próprio camisa 10, que não alcançou cruzamento no segundo tempo, e outras duas na segunda etapa com Gabriel Veron, cara a cara com o goleiro, e com Wesley, que se atrapalhou todo na hora de finalizar. Não é exagero dizer que pelo menos três delas eram "gols certos".
Mas como é possível notar pelos nomes, nenhum deles é centroavante, nenhum deles é um típico "fazedor de gols". Todos são "preparadores" de gols para os companheiros e quebram o galho quando surge a oportunidade. Rafael Navarro, contratado para função de "9", ainda parece bastante cru. Deyverson, apesar de iluminado, não é exatamente o centroavante dos sonhos, e assim o Alviverde continua sem o principal pedido de Abel desde o início de 2021.
Enquanto o técnico não tem seu pedido atendido (e pelo jeito não terá em um futuro próximo), ele agradece e muito por ter Raphael Veiga em seu elenco. E não é somente por ser peça essencial no esquema, mas porque é dos pés dele que o Palmeiras tem sua maior garantia de gols. Com o camisa 23 em campo, se houver um pênalti, é certeza de bola na rede. Das 18 cobranças do meia com as cores palmeirenses, as 18 terminaram em tentos. 100% de aproveitamento.
A questão é que nem sempre vai ter um pênalti, e nem sempre Veiga estará em campo para convertê-lo. O Palmeiras cria muito e não tem problema na construção das jogadas, isso é muito claro, mas há sim uma deficiência na conclusão desses lances, que acabam decidindo jogos e títulos. Dessa vez Jailson, um volante, garantiu o primeiro empate, e Veiga o segundo, mas o elenco precisa dar esse passo à frente e a culpa, claro, não é de Abel Ferreira.