O Corinthians tentou, mas as negociações tanto com Jorge Jesus como Vitor Pereira não evoluíram. O clube segue com o desejo em contratar um técnico estrangeiro, e o nome de Nuno Espírito Santo surge como uma boa opção para a cúpula corintiana.
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Aos 48 anos, Nuno está livre no mercado desde novembro de 2021,
após ser demitido pelo Tottenham
. Ele é ex-goleiro, atuou em clubes como Deportivo La Coruña, Porto e Dínamo de Moscou, pendurou as chuteiras em 2010 e, logo depois, decidiu iniciar o processo para virar treinador.
Mas quem é Nuno Espírito Santo? Qual o estilo de jogo? Ele construiu uma carreira de sucesso? O LANCE!
mostra tudo sobre a história do português como técnico de futebol.
Sucesso no Rio Ave
Logo após anunciar sua aposentadoria, Nuno seguiu no ramo futebolístico, iniciando sua carreira fora das quatro linhas como treinador de goleiros do Málaga. Ele exerceu a mesma função no Panathinaikos, da Grécia
Sua primeira chance como técnico profissional veio em 2012, quando foi anunciado pelo Rio Ave, de Portugal. Nos dois anos em que treino a equipe, levou o time de pouca expressão às finais das duas copas nacionais do país.
Ainda, coroou seu trabalhou deixando o Rio Ave na UEFA Europa League pela primeira vez na história. Em seu período com os vila-condenses, teve a oportunidade de treinar os goleiros Oblak e Ederson, assim como o volante Fabinho, atletas que hoje são um dos melhores em suas respectivas posições.
Passagem discreta por Valência e Porto
O sucesso no Rio Ave despertou o interesse do Valência, que contratou o português em 2014. No clube espanhol, foi eleito o técnico do mês três vezes e terminou o Campeonato Espanhol na 4ª posição, sem ser derrotado pelo poderoso Real Madrid.
Após um início irregular em La Liga, Nuno foi desligado do Valência depois de uma derrota para o Sevilla. Dois meses depois, foi contratado pelo Porto, clube pelo qual teve duas passagens durante sua carreira de jogador.
O português treinos os Dragões por um ano e meio, e não conseguiu levantar nenhuma taça. Com a pressão aumentando, Nuno deixou o Porto e se transferiu para o Wolverhampton.
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O grande trabalho no Wolverhampton
A tradicional equipe inglesa se encontrava na segunda divisão em 2017, quando Nuno assumiu o clube. Mas o clube contava com o grande aporte financeiro de seu dono, Guo Guangchang, e as relações com Jorge Mendes, empresário de Cristiano Ronaldo e um dos mais influente no mundo do futebol.
Dessa forma, o treinador lusitano montou um verdadeiro esquadrão português (sete jogadores titulares eram nascidos em Portugal). Com muito mais dinheiro e competência que os rivais, O Wolves foi campeão da segunda divisão inglesa com sobras, alcançando 99 pontos.
Após seu primeiro título na carreira, Nuno tinha o desafio de manter o bom futebol na Premier League, liga mais competitiva do mundo. E o português não desapontou. Conquistando resultados expressivos contra as grandes potências inglesas, como Manchester City, Liverpool, Chelsea, United, Tottenham e Arsenal, o Wolverhampton conseguiu vaga para a UEFA Europa League.
No quarto ano comandando o Wolves, tanto a equipe como o treinador tiveram uma queda de desempenho, e o clube desligou o treinador em maio de 2021.
A grande chance de sua carreira
Apesar da queda de rendimento no último ano em que treinou o Wolverhampton, Nuno ainda estava prestigiado, especialmente na Inglaterra. Dessa forma, o Tottenham, que estava à procura de um treinador e havia recebido o "não" de Antonio Conte, apostou no técnico lusitano.
Nuno chegou ao Spurs sob certa desconfiança da torcida, e a cada jogo sem um resultado positivo, a pressão aumentava. O treinador mudou seu estilo de jogo, passou a jogar com quatro defensores, mas nada parecia surtir efeito. Após uma dura derrota diante do Manchester United, ele foi demitido com apenas 17 jogos.
Esquema tático
É inegável que o trabalho de maior sucesso na carreira de Nuno foi no Wolverhampton, e foi lá onde ele conseguiu desenvolver da melhor maneira seu estilo de jogo.
O lusitano gosta de armar suas equipe no 3-5-2 ou 3-4-3. A principal arma dele são os alas, que fecham o bloco defensivo formando uma linha de cinco defensores, e saem com muita rapidez e liberdade para atacar os espaços e receber as bolas. É de extrema importância seus zagueiros serem físicos e com capacidade para dar lançamentos longos.
Suas equipes costumam defender em bloco baixo, deixando o adversário controlar a posse de bola, mas mantendo o inimigo longe do gol. Quando a bola é recuperado, Nuno gosta de ter um volante com ótima qualidade no passe (Rúben Neves fazia essa função no Wolves) para acionar os alas ou atacantes.
O português costuma variar entre pontas velozes ou dois atacantes, um com mais mobilidade e técnica, e o outro capaz de fazer o pivô, ganhar bolas pelo alto e ser o principal artilheiro do time.
Retrospecto do treinador Nuno Espírito Santos
Rio Ave-POR (2012 até 2014)
- 80 jogos - 32 vitórias - 17 empates - 31 derrotas - nenhum título
Valência (2014 até 2015)
- 62 jogos - 32 vitórias - 16 empates - 14 derrotas - nenhum título
Porto (2016 até 2017)
- 27 jogos - 27 vitórias - 15 empates - sete derrotas - nenhum título
Wolverhampton (2017 até 2021)
- 199 jogos - 96 vitórias - 46 empates - 57 derrotas - um título (segunda divisão inglesa)
Tottenham (2021)
- 17 jogos - nove vitórias - um empate - sete derrotas - nenhum título