Em sua segunda passagem pelo
Fluminense
, Marlon
conquistou a lateral-esquerda
e a aprovação da torcida em poucas rodadas. Ao LANCE!,
o jogador relembrou as temporadas que disputou anteriormente com a camisa tricolor, na luta contra o rebaixamento, e disse que encontrou o clube reorganizado no seu retorno ao Brasil. Ele ainda revelou o desejo de manter o espaço que adquiriu nesta reta final do Brasileiro.
- Quando eu cheguei, em 2017, a gente ainda fez um ano bom. Fizemos um Brasileiro regular e fomos até a semifinal da Sul-Americana. 2018 e 2019 foram anos bem pesados, a gente brigou seguidamente contra a zona de rebaixamento, com finais de ano bem dramáticos. Depois, tive a oportunidade de ir para o exterior e performar duas boas temporadas, e voltar para um Fluminense diferente. O clube está reestruturado financeiramente, com jogadores de nome, e com um elenco que tem condições de competir sempre para chegar no G6, G4 do Brasileiro. Fiquei mais feliz ainda por estar tendo oportunidade e seguimento, e fazer parte desse projeto, sempre ambicionei me consolidar no clube e jogar. Sempre prezo que tem que pensar semana a semana, estou jogando agora mas já estive de fora, então vale valorizar cada minuto para seguir sempre jogando.
Em seu primeiro contato com o Flu, o lateral teve
poucas oportunidades de estar em campo
. Para o jovem, esse foi um dos principais fatores para um desempenho abaixo do esperado por ele e pela torcida.
- Aqui no Fluminense, por não ter a regularidade que esperava, não só por decisões técnicas, mas pessoais também. Muitas vezes tive a oportunidade de jogar e não tive bom desempenho. Por não ter a regularidade, não tive o desempenho físico esperado, e também a confiança. O jogador profissional precisa dessa segurança. Quando você atinge uma sequência de jogos, acha um ritmo ideal e consegue sair jogando.
Em 2019, o Fluminense acertou o empréstimo de Marlon para o português
Boavista
, e depois para o
Trabzonspor,
da Turquia. O período na Europa foi essencial para que o camisa 30 ganhasse a confiança que precisava, e aprimorasse seu estilo de jogo para voltar a competir no futebol brasileiro.
- Na Europa, joguei 80 jogos em dois anos, raramente fui substituído e sempre estava aparecendo muito bem. Mudei drasticamente minha maneira de jogar e ganhei experiência, essa minutagem foi muito importante para o meu crescimento profissional, e também como homem. Fiquei muito feliz por retornar ao Brasil mais calejado, para jogar em um nível muito exigente, que é o Campeonato Brasileiro. Estou muito feliz por estar a cada semana conseguindo performar um futebol melhor e buscar sempre estar crescendo.
Marlon tem 11 jogos pelo Brasileiro 2021 (LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.)
Após retornar ao Fluminense, o jogador passou por um período de adaptação, e foi relacionado pela primeira vez no duelo contra o América-MG. Atendendo aos pedidos da torcida, Marcão acionou o jovem na partida contra o Cuiabá, no final do primeiro turno. Desde então,
Marlon
deu uma assistência e criou duas grandes chances. Contudo, ele não vê a titularidade como garantida e deseja fazer valer a oportunidade.
- Estou muito feliz de voltar ao Fluminense e estar participando do crescimento do clube, disputando grandes coisas com o time e me afirmando na posição. Todo dia a gente tem que estar apresentando o melhor futebol para se fixar no time, mas a gente sabe que cadeira cativa só o Fred [tem], e muitas vezes ele também já ficou fora. Como eu disse, estou mais maduro mas também estou usando uma das minhas grandes características, que é a bola parada e o cruzamento. Neste final de semana, se eu sair jogando, vou atingir 200 jogos na carreira. É uma marca muito importante, mesmo sendo um jogador jovem... Não mais tão jovem, porque os meninos ali tem 18, 19 anos e eu já estou com 24. Me sinto um pouco velho [risos], mas estou muito contente - contou.
Conhecido pela união, o elenco do Fluminense se destaca pelo entrosamento entre os jogadores e comissão técnica. O atleta revelou que já brincou com os companheiros de equipe sobre marcar gols com as bolas paradas que ele cobra, mas ressalta que está ansioso para estufar a rede como se fosse a primeira vez.
- [...] Até brinco com o David Braz, o Nino e o Luccas Claro, que eles tem que me consagrar. Eu já cruzei umas quatro ou cinco bolas e ninguém fez o gol de cabeça, mas o caminho é esse. A gente está se conhecendo também, nesse meu retorno estou aproveitando para conhecer os jogadores, porque tem muita gente diferente. São poucos [os jogadores] da minha primeira passagem que estão aqui. Estou feliz porque venho conseguindo demonstrar minhas qualidades ofensivas e defensivas, principalmente atrás, onde eu melhorei bastante. Também tem a bola parada, e estou ansioso para marcar meu primeiro gol nesse retorno, [quero] fazer um golzinho de falta, algo que eu treino bastante. Mas fico feliz de estar dando assistências e contribuindo para as vitórias - disse o jogador.
Prestes a completar 200 jogos na carreira, Marlon ainda enxerga o menino de Cascavel, no Paraná, que sonhava em jogar futebol. O jogador também aproveitou para projetar o duelo que concretiza o marco individual, contra o Atlético-MG, neste domingo. Apesar da disputa do adversário pelo título, ele destaca que o Fluminense também tem seus objetivos e potencial para garantir os três pontos no Mineirão.
- Quando você é criança e ambiciona ser jogador profissional, é apenas um sonho que você espera que se realize. Hoje eu sou um atleta profissional, jogo num grande clube, e sou visto em todos os lugares. Atingir uma marca dessa, em um jogo tão importante para o Fluminense e o Atlético-MG também, é a realização de um sonho. Vai ser uma partida muito legal. O pessoal está falando em comemoração do título do Galo, mas eles sabem que o Fluminense vai para buscar a vitória porque a gente precisa desses pontos importantes na reta final. O adversário é difícil mas eles sabem que o Fluminense é páreo duro também.
Por fim, Marlon contou que tem expectativas de continuar nos planos do Flu na próxima temporada. Além de um ambiente reestruturado, o lateral ressaltou que o clube vem crescendo nas competições e tem capacidade de alçar voos maiores no ano que vem, disputando a Libertadores.
- Nesse meu retorno, pude ver que muitas coisas mudaram para melhor no clube, inclusive o rendimento da equipe. Grandes jogadores estão ambicionando jogar aqui. Este ano, vencemos o Palmeiras e o Flamengo, finalistas da Libertadores, e outros grandes rivais também, como o Internacional. Essa é a prova que o clube está pronto para desafios maiores, em um nível mais alto de competição. Espero, sim, fazer parte dos planos do clube no ano que vem, jogando uma Libertadores, e lutando para vencer essa competição. O Fluminense tem condições totais de performar um ótimo 2022.