No Jiu-Jitsu não tem classe social, cor e nem religião. A arte suave é uma grande ferramenta de transformação e inclusão social. E uma das áreas que mais cresce na modalidade é o Jiu-Jitsu adaptado. Além da melhora geral na aptidão física, o Jiu-Jitsu adaptado auxilia em um enorme ganho de autonomia e autoconfiança para a realização das atividades do dia a dia, além da melhora da autoestima. Faixa-preta de Jiu-Jitsu da Gracie Barra Boca Raton, Marcos Vinicius Braga de Andrade lidera um projeto voltado para alunos autistas nos Estados Unidos e explica como o seu trabalho ajuda as crianças a ultrapassar barreiras que normalmente não conseguiriam.
“É um projeto de Jiu-Jitsu adaptado para crianças que precisam de uma atenção maior para melhorar a coordenação motora e acelerar o desenvolvimento cognitivo, sempre usando ferramentas lúdicas para que elas despejem a atenção necessária e mantenham o interesse nas aulas. Como professor, percebi que cada vez mais temos muitas crianças com algum grau de autismo ou que precisam de um aprendizado motor, e o Jiu-Jitsu brasileiro fornece todas as ferramentas para que a criança se desenvolva”, explicou Marcos, que é formado em Educação Física.
O projeto atende crianças de um grupo pequeno por classe, para melhorar a atenção. Além de Marcos, outros professores de outras escolas de Jiu-Jitsu utilizam o programa. Mas esse é o tipo de trabalho que muitas pessoas se recusam a fazer. Marcos disse que sua motivação veio da sua formação e seu entendimento do esporte como instrumento de inclusão social para pessoas com deficiência.
“O que me motivou é ver um número grande de crianças com algum tipo de dificuldade, tanto motora quanto em relação a socialização com outras crianças. Como sou profissional de educação física, sei que através do esporte essas crianças teriam uma melhoria cognitiva e motora. É inspirador ver a melhora delas depois que comecei as aulas de Jiu-Jitsu adaptado”, concluiu.