Gesto antirracista, Gaviões, torcida local a favor... O título do Corinthians na Libertadores Feminina
Alexandre Guariglia
Gesto antirracista, Gaviões, torcida local a favor... O título do Corinthians na Libertadores Feminina



O Corinthians conquistou sua terceira Copa Libertadores Feminina no último domingo, no estádio Parque Central, em Montevidéu, no Uruguai. A vitória por 2 a 0 sobre o Santa Fe-COL foi histórica, mas o evento em si teve suas peculiaridades fora de campo e na atmosfera criada, sendo muito maior do que ela já seria "somente" com o título mais importante do continente.

A ida ao Parque Central, estádio do Nacional-URU, é um mergulho na máquina do tempo do futebol, já que o local foi palco do primeiro jogo das Copas do Mundo, em 1930, e também marcou a estreia do Brasil no torneio. Todo esse caráter histórico pode ser visto quando se está próximo desse templo esportivo, que está sendo remodelado e ganhará ares mais modernos.

E era do lado de fora que a história da final da Libertadores Feminina estava acontecendo. Os ingressos foram distribuídos de forma gratuita, o que acabou atraindo um público diferente, mas especial. Isso porque ele era formado basicamente meninas uruguaias de escolinhas de futebol, além de muitas mulheres e famílias. Com isso tudo, um título seria mais do que um resultado, seria um legado para todo esse público que sonha estar naquele campo.

As "brabas" do Corinthians não decepcionaram e antes mesmo do apito inicial, durante o minuto de silêncio, fizeram o famoso gesto antirracista ao colocarem um dos joelhos no chão e erguerem o punho cerrado. Uma lição para as novas gerações, dentro do estádio do clube no qual atua a jogadora que praticou um ato racista contra a atacante Adriana, na semifinal do torneio continental. O recado foi claro: não se tolerará casos desse tipo e é preciso combatê-los.

Na primeira etapa, a garotada da arquibancada não parecia ter um time específico, mas gritava nas jogadas de ataque dos dois times. Conforme o tempo passou, a qualidade corintiana começou a atrair o público para o lado brasileiro, mas o incentivo decisivo, que veio atrasado, tem nome: Gaviões.

Cerca de 40 membros da torcida alvinegra, sendo mais da metade mulheres, saíram de São Paulo no fim da madrugada de quinta para sexta, mas já estavam atrasados, visto que a saída era para ter sido por volta da meia-noite. Resultado: os torcedores conseguiram chegar apenas no intervalo da partida, mas com tempo suficiente para estender uma faixa nas grandes do campo e conquistar a plateia, que começou a gritar "Corinthians" junto com a Fiel.

Depois do duelo, as jogadoras fizeram questão de ir até a arquibancada para comemorar ao lado dos corintianos, donos do jogo e da festa, já que aquele incentivo na segunda etapa foi essencial para time ganhar um gás a mais diante de um calor enorme na cidade de Montevidéu. Às 20h, a temperatura estava marcando 30ºC, o que afeta o desempenho dentre de campo.

Por parte da reportagem do LANCE!, sem dúvidas foi uma experiência incrível, que reuniu peculiaridades essenciais para em evento histórico. Até mesmo dos "perrengues" da cobertura, como subir seis andares grandes de escada sem parar, chegar nas tribunas de imprensa sem tomadas perto das cadeiras, suportar o calor sem uma água para beber... Tudo isso são coisas que serão levadas para a vida, pois não há como não se envolver em algo tão grande..

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