O atacante Luciano vem sendo desfalque do São Paulo nas últimas três partidas e tem o retorno incerto contra o Athletico, no próximo domingo (17), às 16h, em Curitiba. O camisa 11 vem tratando um Cisto de Baker, que rompeu e fez a recuperação ser mais lenta que muitos imaginavam.
Por isso, o LANCE! ouviu dois especialistas no assunto, os doutores Rodrigo Zogaib, Médico do Esporte e Ortopedista, e Carlos Vinícius Buarque de Gusmão, Ortopedista, especialista em Cirurgia do Joelho, para explicar o que é o Cisto de Baker e o que causa a sua ruptura.
- Cisto de Baker é um espessamento da cápsula posterior do joelho, localizado no fossa poplítea, que é uma região na parte de trás do joelho, aonde existe um “espaço” natural e o tecido encontra facilidade de se expandir, formando assim um “volume” na região posterior. Este “cisto” tem comunicação direta com a articulação do joelho, portanto fica preenchido pelo mesmo liquido sinovial que há no joelho fisiologicamente - afirmou Zogaib.
O Doutor Carlos Vinícius comentou sobre algumas lesões que podem causar um aumento no líquido sinovial, que pode causar uma ruptura, como aconteceu com Luciano. Segundo ele, uma lesão no menisco, como o atacante teve em 2015, pelo Corinthians, pode ter colaborado para o aumento do líquido.
- Algumas lesões no joelho podem causar um aumento no líquido senovial. Lesão de menisco, lesão do ligamento cruzado anterior... Existem algumas estatísticas que mostram que 30% dos casos de cisto tem lesão de ligamento e até 80% foi por lesão de menisco - afirmou.
A ruptura do Cisto de Baker, situação que acomete o jogador, não é comum entre atletas e pessoas jovens, como afirmam os doutores.
- Outra situação que pode acontecer é a ruptura do cisto de Baker, na maioria das vezes por trauma direto ou indireto e com isto ocorre extravasamento do liquido sinovial, causando um processo inflamatório na região, com dor e outros sintomas clínicos. O cisto de Baker, também existe no meio, não é raro, mas é bem menos comum, e a ruptura dele, já menos comum ainda, mas também existente - afirmou Rodrigo Zogaib.
- Ela não é comum em indivíduos mais jovens, em atletas era para ser menos comum. Mas como o atleta é mais propenso a lesões, é um grupo que pode ter essa 'lesão'. A maioria dos cistos são assintomáticos. Não existem muitos estudos focando nos atletas. Tem um estudo antigo, que mostra uma porcentagem de 17% de atletas com Cisto de Baker. Não dá para dizer que é uma lesão comum - disse Carlos Vinícius.
E o tempo de recuperação? Para o doutor Carlos Vinícius, não é possível dizer com exatidão o tempo que Luciano terá para se recuperar. O atacante do São Paulo vem fazendo trabalhos no Reffis em dois períodos, tentando estar o mais rapidamente possível à disposição do técnico Fernando Diniz.
- Para formar um cisto, acaba sendo mais comum uma lesão degenerativa. Um tratamento de um paciente com um cisto de Baker acaba sendo paliativo, por exemplo fortalecimento na fisioterapia, plasma rico em plaquetas, para tentar melhorar a dor. É difícil darmos um prazo de recuperação, mas acredito que pelo tempo que ele está fora, deve estar voltando em poucos dias - disse o Ortopedista.
Para finalizar, foi perguntado aos doutores se a ruptura do Cisto de Baker pode ter sido causada pela primeira lesão de Luciano sofrida no clássico contra o Corinthians. Na ocasião, o atacante teve uma ruptura no adutor da coxa esquerda, voltou em algumas partidas, mas teve que ficar fora novamente.
- Pouco provável. Não sei exatamente o músculo que foi lesionado. Mas mesmo que seja um musculo da região, o cisto, é habitualmente é resultado de alguma alteração intra articular, e não extra articular, e os músculos que habitualmente se lesionam na perna são extra articulares. Deve ficar claro que o que foi explicado é uma situação em geral, não sobre o atleta Luciano, já que não tive a oportunidade de examiná-lo - finalizou Zogaib.
- Ele teve um estiramento no músculo adutor. Ele não tem ligação com o cisto de Baker, não causa esse problema. O que causa o cisto são lesões dentro do joelho, não lesões fora do joelho. Podem existir situações mais raras que o stress muscular acaba inflamando e acaba formando o cisto. Mas não tem a ver com a lesão do adutor que ele teve. Ao meu ver, não tem chance da ruptura do cisto ter vindo de um possível retorno precoce dele - concluiu Carlos Vinícius.