Sócios do Fluminense vão protocolar pedido por auditoria externa no clube
Luiza Sá
Sócios do Fluminense vão protocolar pedido por auditoria externa no clube

Um grupo de 50 sócios do Fluminense irá protocolar, nesta terça-feira, o pedido para que o presidente Mário Bittencourt realize uma auditoria externa nas finanças do clube. No pedido, os integrantes do Movimento Sou Tricolor pedem que a revisão seja instalda no prazo máximo de 30 dias ou que sejam apresentadas publicamente as razões da sua não realização.

O texto ainda pede que a auditoria externa envolva ao menos os últimos cinco anos anteriores a 2020. Caso isso já tenha sido realizado, o grupo requere que a documentação seja disponibilizada no portal do clube. O abaixo-assinado feito pelo movimento teve pouco mais de 3.400 assinaturas em 10 dias.

No requerimento que foi protocolado, o Movimento Sou Tricolor explica que foi criado em 2016 e "constatou a falência que se operava dentro da instituição Fluminense, cujo resultado começara a surgir com força a partir do ano de 2013, resultando no “apequenamento” gradual de um clube secular". Além disso, ressalta que grande parte dos membros apoiaram a candidatura de Mário Bittencourt no ano passado e que não tem ligação com qualquer grupo político.

- Diante do atual cenário, a realidade é que não atrairemos um patrocinador que ofereça o valor real da marca Fluminense e ficaremos em uma eterna gangorra em relação ao programa do sócio torcedor. Por outro lado, a realização imediata de uma auditoria externa é o passo inicial para que se coloque o clube em outro patamar em relação aos potenciais investidores, vez que fornece ao mercado a imagem de seriedade e disposição para corrigir erros, bem como de pôr fim ao compadrio e caminhar rumo a uma gestão de excelência - diz o documento.

Os integrantes do movimento se baseiam nos artigos 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor entendendo que a relação do torcedor e dos sócios com o clube é uma relação de consumo. Por fim, o texto finaliza afirmando que "se não viabilizado de forma amigável, poderá ser objeto de litígio judicial, cabendo a representação da coletividade aos órgãos de tutela de direitos e interesses coletivos".

Posição de Mário

Em entrevista coletiva no dia 7 de agosto, Mário Bittencourt foi perguntado sobre o assunto e garantiu que a diretoria está trabalhando para que isso possa acontecer. Ele explicou que nenhuma grande empresa quis pegar o caso do Fluminense por uma falta de organização na documentação das gestões anteriores.

- O Fluminense sempre teve auditoria. é obrigatória. ela é feita normalmente pela mesma empresa. como ganhamos a eleição no meio de 2019 não tínhamos como trocar essa empresa. fomos buscar outra empresa. O Fluminense ficou tantos anos com problemas que nenhuma empresa "big four" se comprometeu enquanto não organizarmos a documentação do clube. Iniciamos o trabalho em janeiro de 2020, mas paralisou com a pandemia. Vamos voltar, mas vamos tentar nesse final de ano colocar na mão de uma dessas empresas os documentos para sermos auditados por uma empresa grande e independente para colocar o Fluminense em outro trilho - disse.

- O orçamento foi aprovado por unanimidade, é diferente de todos os outros. Pela primeira vez na história do clube foi dividido em quatro torres para sabermos quanto custa cada um, receitas e desenvolver as áreas separado. Precisamos dividir os centros de resultado do clube. Caminhamos administrativamente para uma maior organização. Para que uma grande empresa queira fazer uma auditoria do Fluminense. Um dos instrumentos que estamos criando é para quem vier depois continuar fazendo o que estamos construindo. Vamos tentar criar regras internas para os que vierem manterem as reformas e auditorias - completou o mandatário.

No documento que foi protocolado, o grupo comenta justamente essa declaração do mandatário.

- Em sequência, informamos que não desconhecemos o fato de o senhor ter dito que houve recusa de auditar o Fluminense por parte de duas empresas Big Four, contudo, entendemos que, tais empresas trabalham em cenário de caos administrativo, razão pela qual a justificativa apontada não merece prosperar.

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