O boletim de ocorrência feito por Ana Clara Monteiro contra Caio Paulista, lateral do Palmeiras, na última terça-feira (17), traz relatos de ciúmes, traições e episódios de violência física e psicológica. Os detalhes sobre a relação abusiva, que durou cerca de dois anos, foram divulgados pelo Uol, que teve acesso ao depoimento que a ex do jogador deu à polícia. Ele nega as acusações.
Em seu relato, Ana Clara afirma que os episódios de violência começaram em 2022, logo após o início do namoro. Eles se conheceram em uma boate onde ela trabalhava como caixa. Na época, Caio defendia o Fluminense. Pouco tempo depois, os dois foram morar no apartamento do lateral. Porém, ele começou a demonstrar muito ciúme, inclusive proibindo-a de trabalhar.
Clara relatou que as primeiras agressões aconteceram na madrugada de 30 de setembro, quando ela teria decidido deixar o imóvel devido a uma suposta traição dele. A jovem contou que acordou às 4h e percebeu que Caio Paulista não havia retornada para casa. Ao acessar as redes sociais, viu que uma mulher havia publicado um vídeo com o jogador. Às 5h, o atleta teria chegado bêbado em casa e iniciado uma discussão.
Ana Clara presa em casa por Caio Paulista
Segundo um trecho do BO, “ela dizia ‘eu quero terminar! eu não aguento mais isso! não estou mais feliz’. Nesse momento, ele passou a agredi-la fisicamente, desferiu um chute no seu joelho e ela foi ao chão. Então ele passou a agredi-la com chutes na costela, coxa e pés”. Após as agressões, Caio começou a chorar, pedindo perdão para a ex-namorada. Com medo, ela teria se trancado no banheiro. Ele então saiu e pediu para que ela aguardasse o seu retorno do treino para que pudessem conversar.
Como só havia uma chave, o jogador deixou a jovem trancada por várias horas. Ao retornar, ele conseguiu convencê-la a ficar após “manipulá-la emocionalmente”, segundo a própria afirma. Ele teria dito que nunca mais iria agredi-la, que estava sob efeito de álcool e pediu perdão.
Caio Paulista busca ajuda no Flu por “vício em traições”
Outra questão abordada por Ana Clara é em relação ao “vício em traições” do jogador. De acordo com a jovem, Caio buscou ajuda com a psicóloga do Fluminense para tentar resolver o problema, já que ele mantinha conversas e casos com várias mulheres. Em um dos casos, inclusive, o marido de uma delas contou diretamente para Clara sobre a traição. Em janeiro de 2023, o jogador seguiu para o São Paulo, mas o problema persistiu, mesmo com Maria Clara grávida da filha do casal.
Uma nova agressão aconteceu na madrugada do dia 22 de outubro do ano passado, segundo Ana Clara. Caio Paulista teria ido visitar amigos em Itaquera, bairro da Zona Leste de São Paulo, no dia anterior. De acordo com a versão da jovem, por volta das 20h, ela foi questionada por Deborah, irmã do jogador, “se ela sabia do noivo dela”. Simultaneamente, um amigo de infância do lateral-esquerdo postou uma foto no Instagram, onde o atleta estava ao lado de várias mulheres.
Posteriormente, Clara decidiu ir sozinha para uma balada para “espairecer” e deixou a filha com a babá. Caio então teria se passado pela irmã em mensagens de texto para saber onde a jovem estava.
De acordo com outro trecho do BO, “ele lhe enviou mensagem mandando que ela saísse do local, dizendo que se ele entrasse, seria pior. (…) Quando ela saiu, por volta de 02:40 da manhã da madrugada do dia 22/10/23, ele a empurrou pelo cabelo (coque), mandando que ela entrasse no carro. A cunhada e o noivo estavam no veículo. Ela segurou na lateral do carro para não entrar e ele a forçou, a empurrou e lhe desferiu um soco (um gancho) no rosto. A declarante acredita que tenha desmaiado”.
Apesar da violência do episódio, Clara não procurou atendimento médico na ocasião, assim como não registrou boletim de ocorrência. Contudo, fotografou a lesão na face. Ainda assim, aceitou as desculpas do jogador e manteve a relação.
Novo episódio de violência causa separação
Mesmo com o novo perdão, a relação acabou se deteriorando, segundo Clara. O último episódio de violência aconteceu em 17 de fevereiro deste ano, de acordo com a jovem. Segundo o depoimento, eles estavam em uma boate no Tatuapé quando uma mulher entrou no camarote e pegou uma bebida. Uma discussão teria se iniciado, e Caio deu um “murro” na boca de Clara. Após a nova agressão, o lateral teria se mudado para o apartamento da mãe, no mesmo prédio.
O relacionamento seguiu por mais três meses. No “mesversário” de dez meses da filha, ela colocou um ponto final no namoro. Desde então, eles vivem um litígio em relação ao pagamento da pensão alimentícia.
Exposição dos episódios nas redes sociais
No dia 14 de setembro, Clara publicou uma carta aberta em sua rede social onde relatou os episódios de violência. Além do texto, a jovem também exibiu as fotos em que aparece com partes do corpo machucado. Posteriormente, ela solicitou a medida protetiva e fez o registro do boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Paulo.
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