O Festival de Cinema de Esportes (CineEsporte) chega à sexta edição com uma série de filmes sobre várias modalidades. A programação, com 40 obras, acontecerá de 29 de agosto a 3 de setembro, com entrada franca e três pontos de exibição: Cinesystem Botafogo, Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e Ponto Cine, todos no Rio de Janeiro. Além disso, haverá debates e homenagens. Produzidos em diversos países, os filmes estrangeiros compõem a mostra competitiva, divididos entre curtas e longa metragens, para disputar o Troféu CineEsporte. O futebol é um dos destaques do festival, com 14 exibições.
A sessão de abertura ficará a cargo do documentário brasileiro “Aretha no Everest”, no dia 29 de agosto, às 20h30 (de Brasília), no Cinesystem Botafogo. Com direção de Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva, a produção mostra a trajetória de Aretha Duarte, a primeira mulher negra latino-americana a chegar ao topo do Monte Everest, a montanha mais alta do mundo. Este é um desafio que atrai centenas de montanhistas com condições de bancar a empreitada, na casa dos R$ 400 mil.
Moradora de um bairro pobre de Campinas (SP), Aretha consegue realizar seu sonho em 2021; sua jornada, porém, começa muito antes. Para custear a viagem, trabalha catando recicláveis e dispara um processo de conscientização ambiental em seu bairro que se expande pelas redes sociais. Isso faz dela uma figura pública que inspira pela obstinação e força.
Já o encerramento será feito por “Mulheres à cesta”, no dia 3 de setembro, às 20h30, no Cinesystem Botafogo. O longa-metragem brasileiro, com direção de Silvia Spolidoro e Hellen Suque, aborda as jogadoras brasileiras de basquete nas décadas de 60 e 70. O grupo tornou-se responsável pela inclusão da modalidade nos Jogos Olímpicos, legado para todas as atletas.
Destacam-se também na programação do CineEsporte as sessões com recursos de acessibilidade no Centro Cultural Banco do Brasil. Essas sessões específicas contarão com LD-Legenda Descritiva, AD-Audiodescrição e interpretação em Libras.
Homenagens
O amplo sucesso das mulheres brasileiras nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, afinal, será celebrado no CineEsporte com uma homenagem à pioneira Aída dos Santos. A brasileira participou das Olimpíadas de Tóquio (1964) e da Cidade do México (1968). No Japão, ficou em quarto lugar no salto em altura, sendo a única mulher da delegação brasileira e a única do atletismo. Apesar de toda a dificuldade e de não ter recebido nenhum apoio, viajando inclusive sem técnico e sem material para competir, Aída fez bonito. Nem sequer roupa para a Cerimônia de Abertura tinha, e acabou usando um uniforme adaptado de outra competição. Mesmo assim, transformou-se na primeira mulher do Brasil a disputar uma final olímpica. Os 30 anos da conquista do Campeonato Mundial de Basquete Feminino também serão celebrados.
Outro homenageado será Vanderlei Cordeiro de Lima, medalhista olímpico em Atenas-2004. Mesmo atacado durante a maratona, o brasileiro conseguiu o bronze, sendo posteriormente homenageado pelo Comitê Olímpico Internacional com a medalha Pierre de Coubertin – a mais alta honraria do COI. O atleta estará presente na sessão de
“Vanderlei: pernas, cabeça e coração”.
O CineEsporte, afinal, presta homenagem também a Victor Andrade de Melo, professor do Programa de Pós-Graduação em História Comparada (IH/UFRJ) e do Programa de Pós-Graduação em Educação (FE/UFRJ). Ele também é coordenador do Sport: Laboratório de História do Esporte e do Lazer. As ênfases de suas pesquisas são: História da Cidade, História do Rio de Janeiro, História de Niterói, História do Esporte, da Educação Física, do Lazer e das Práticas Corporais.
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