Além de seguir no Z4, o Vasco viu seu amuleto de reação no Campeonato Brasileiro falhar pela primeira vez. Afinal, a camisa negra que vem sendo utilizada na maioria das partidas estava dando sorte ao Cruz-Maltino. Mas não foi o suficiente diante do Internacional, que levou a melhor por 2 a 1, na noite desta quinta-feira (26). O uniforme três do clube, aliás, teve sua estreia no dia 16 de setembro, clássico contra o Fluminense, no Nilton Santos. Na oportunidade, o time da Colina venceu o rival por 4 a 2, com boa exibição.
De la para cá, o novo modelo esteve presente nos compromissos seguintes da Série A. Tanto é que, na sequência, os comandados de Ramón Díaz receberam o Coritiba, em São Januário, e aplicaram goleada por 5 a 1 nos paranaenses, em ótima atuação coletiva e na primeira chance de Payet como titular. Depois, em duelo atrasado da 15ª rodada, um triunfo com emoção sobre o América-MG, no Independência. Herói improvável, Jair saiu do banco para, de calcanhar, balançar a rede nos acréscimos, decretando, assim, o 1 a 0.
Mas nem tudo aconteceu conforme o esperado. Há cerca de três semanas, o São Paulo veio até o Rio e conseguiu segurar o ímpeto carioca. O Cruz-Maltino pressionou, porém não teve sucesso em tirar o zero do placar – esse foi o primeiro tropeço do uniforme três do clube no ano. Apesar disso, a invencibilidade seguiu intacta e persistiu diante do Fortaleza. Afinal, Dimitri Payet desencantou e marcou seu tão aguardado gol pelo Gigante da Colina, fortalecendo o Vasco na luta contra a degola no Brasileirão.
Pelo caminho, no entanto, houve derrotas por 4 a 1 para o Santos, na Vila Belmiro, e 1 a 0 para o Flamengo, mais recentemente, no Maracanã. Entretanto, curiosamente, a equipe atuou com outra camisa.
Jogos com a camisa negra
- 4 x 2 no Fluminense
- 5 x 1 no Coritiba
- 1 x 0 América-MG
- 0 x 0 São Paulo
- 1 x 0 Fortaleza
- 1 x 2 Internacional
Origem do termo
O termo “Camisas Negras” é histórico para o Cruz-Maltino. Isso porque foi assim que os torcedores designaram o grupo de jogadores que conquistou o primeiro título carioca do clube, no dia 12 de agosto de 1923. Com uniforme preto, a formação daquele ano teve desempenho bastante acima da média: ao todo, foram 11 vitórias, dois empates e apenas uma derrota em 14 partidas.
Além do cenário esportivo, o objetivo daquele esquadrão era combater a discriminação racial e lutar pela inclusão de homens negros e pobres, que compunham a maioria do elenco à época. Esse fato contrariava os padrões do “football” e da sociedade à época.
Inclusive, até em função de adotar essa postura, o Vasco foi excluído das competições e só retornou através da “Resposta Histórica”, essencial para mudar de vez o futebol nesse sentido. A formação, na ocasião, tinha Nélson, Leitão, Mingote; Nicolino, Claudionor, Artur; Paschoal, Torterolli, Arlindo, Cecy e Negrito. Vários destes defenderam a Seleção Brasileira, até mesmo na Copa do Mundo de 1930.
Vasco segue com a camisa?
Mesmo depois da derrota sofrida para o Internacional, o Vasco pode continuar usando o terceiro modelo na próxima rodada da Série A. Por sinal, será mais um confronto direto na luta para tentar sair da zona de rebaixamento. Hoje, o time é o 18° lugar da tabela, estacionado com 30 pontos, a dois de distância do Santos, que é o primeiro fora do Z4.
Nesse duelo, aliás, Ramón Díaz não contará com as presenças de Paulinho e Erick Marcus. Ambos foram expulsos e, portanto, cumprem suspensão. Por outro lado, a comissão trabalha para ter o meia Marlon Gomes e o atacante Rossi, de volta do departamento médico, embora ainda sem confirmação se estão nas melhores condições físicas.
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