Flamengo 1 x 1 São Paulo. Primeiro título do time paulista na Copa do Brasil em 33 anos. A previsão, óbvia, foi confirmada: impossível ganhar algo com Jorge Sampaoli como técnico. Sampaoli, Vitor Pereira, cartolas cometendo erros com frequência, muita presunção, nada de útil. E houve quem ainda esperasse algo diferente.
Não é necessário redigir muitos parágrafos para explicar o fracasso retumbante do Flamengo em 2023. Afinal, basta dizer que o clube conseguiu a façanha de perder os oito títulos que disputou no ano: Taça Guanabara, Estadual, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana, Mundial, Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil.
Flamengo de 2023 repete o Flamengo de 2002
Em 2002, contando a decisão da extinta Copa Mercosul, interrompida em dezembro de 2001 por problemas políticos na Argentina, e que ocorreu em janeiro do ano seguinte, o Rubro-Negro também jogou pela janela todas as outras sete competições realizadas na temporada: Taça Guanabara, Taça Rio de Janeiro, Estadual, Rio-São Paulo, Copa dos Campeões do Brasil, Brasileiro e Libertadores.
A diferença é que em 2002, há mais de 20 anos, o Flamengo sustentava um orçamento modesto, não era o proprietário de um centro de treinamento capacitado. Além disso, o nível do elenco era bem inferior. E não colocava mais de 60 mil pessoas em todos os jogos disputados no Maracanã. Foi naquele ano também que aconteceu o único processo de impeachment da história do clube. Edmundo Santos Silva, julgado por improbidade administrativa, deixou o cargo em 8 de julho.
O que a diretoria almeja?
É inadmissível o futebol chegar a setembro, restando três meses para o fim de 2023, brigando apenas por vaguinha em competições continentais de 2024. Levando-se em conta os predicados que possui – incluindo as metas e vantagens obtidas pela própria direção atual. Não resta dúvida que existe algum equívoco grave na condução do Flamengo. Ainda há dúvida sobre isso?
O ano, que deveria ser coroado de êxitos, prosseguirá até o fim permeado de crises e jogos sem muita importância, e marcado não só pelas derrotas esportivas, mas por prejuízos financeiros absolutamente irreparáveis, equivalente ao tamanho do clube, hoje um gigante adormecido por sua própria incompetência.
O jogo
O Flamengo começou mais presente, intimidando o adversário, que tinha vantagem, e permanecia retraído. O time carioca chegou a desperdiçar duas boas chances, com Pedro e Gérson, mas cometia o pecado de ignorar Bruno Henrique. E o São Paulo, que mal ou bem, jogava pelo resultado, não explorava as habituais fragilidades da defesa rubro-negra. Além disso, tomava cartões amarelos – Alisson, Pablo Maia, Rafinha – com freqüência. Após meia hora, a equipe paulista, que já equilibrara a partida, passou a valorizar um pouco mais a posse da bola, sem criar, no entanto, oportunidades. Um único gol tricolor e o confronto estaria praticamente decidido.
Os gols
Ao fim da etapa inicial, Flamengo e São Paulo pareciam dispostos a dosar as energias, dada a temperatura de 37 graus, para o que restava. Mas foi então que os gols apareceram. O time da Gávea acertou um contra-ataque. Pulgar bateu cruzado, a bola bateu na trave, e Bruno Henrique apanhou a sobra: 1 a 0. Nos acréscimos, Rossi devolveu cruzamento de forma equivocada, nos pés de Rodrigo Nestor, que chutou de primeira, de longe, à esquerda do goleiro: 1 a 0. Placar justo pelo que se viu.
Não ocorreram mudanças no intervalo. Em tempo de cinco substituições, a troca de Léo Pereira, que também foi advertido, era recomendada. O São Paulo optou por manter a bola, e o Flamengo fazia esforço para evitar, o que deixava o jogo equilibrado, o que era ruim para o time carioca, pois esse tinha a obrigação de marcar pelo menos mais uma vez. Complicado, pois também não poderia largar o setor defensivo à própria sorte.
São Paulo, campeão
Na prática, ambos acreditavam em um erro do adversário, e os paulistas também aproveitavam para cadenciar o ritmo, tanto que Rafael ficou – por volta dos 15 minutos – quase dois deles no chão, sem qualquer necessidade. E é fato que não havia qualquer previsão, embora o título, ali, fosse do Tricolor. Caio – sem trocadilho – tombou. Mais um período sem jogo. A impressão é a de que o São Paulo considerava a situação suficiente. Preferia segurar o resultado. Nova parada – providência ridícula – para hidratação. Luiz Araújo e Gabriel entraram. Pouco depois, Éverton Ribeiro e Vitor Hugo, A coisa caminha para o fim. O Flamengo entra em desespero. Mas nada que fosse diferente do que foi visto em 2023. Talvez o ano mais triste da história rubro-negra.
Vamos, pois, agora, para 14 amistosos entediantes. E faltam três meses – dois de bola rolando – para a temporada acabar…
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