Sonho de ser jogador: psicóloga comenta estudo finlandês que identifica sinais precoces para intervenção em transtornos

Maria Klien explica o impacto dessa pesquisa para o futuro do tratamento de doenças mentais em crianças e adolescentes que não conseguem seguir em sonho no mundo do esporte

Sonho de ser jogador: psicóloga comenta estudo finlandês que identifica sinais precoces para intervenção em transtornos
Foto: FOTO: Arquivo Pessoal
Sonho de ser jogador: psicóloga comenta estudo finlandês que identifica sinais precoces para intervenção em transtornos

Um estudo de grande porte realizado na Finlândia, envolvendo mais de 700.000 adolescentes ao longo de três décadas, revelou descobertas impactantes acerca dos biomarcadores associados a doenças mentais. Esta pesquisa – conduzida pela Publimed – foi considerada uma das mais abrangentes na área, fornecendo novos insights sobre a relação entre corpo e mente, especialmente em relação aos transtornos psiquiátricos.

Os dados coletados ao longo desse extenso período oferecem uma visão detalhada sobre como fatores biológicos influenciam a saúde mental. Pela primeira vez, o estudo identificou um conjunto de biomarcadores que podem servir como indicadores precoces para doenças como depressão, ansiedade e esquizofrenia, permitindo intervenções mais direcionadas e oportunas.

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A psicóloga Maria Klien, especialista em transtornos de ansiedade e medo, destacou a importância desse avanço.

– Essa pesquisa não só esclarece a complexa interação entre corpo e mente, mas também abre novas possibilidades para prevenir e tratar transtornos mentais de maneira mais eficaz – disse Klien, antes de completar:

– A capacidade de identificar esses sinais precocemente pode transformar o campo da psiquiatria, oferecendo uma abordagem mais personalizada para cada paciente.

No entanto, embora as descobertas representem um marco, Klien ressalta que o autoconhecimento e o autocuidado continuam sendo ferramentas fundamentais para promover a saúde mental e o bem-estar geral.

– Esses biomarcadores são importantes, mas o que realmente garante uma vida longa e saudável é o entendimento das consequências das nossas ações diárias. Adolescentes que desenvolvem essa consciência tendem a tomar decisões mais responsáveis, como escolher o esporte em vez de hábitos prejudiciais, como o consumo de álcool e cigarro – afirma Klien.

Ela ainda alerta para um fator moderno:

– O sedentarismo se tornou o novo cigarro. Para viver mais, é preciso se mover! A prática de exercícios físicos não só ajuda a manter os biomarcadores em níveis saudáveis, mas também contribui diretamente para uma mente mais equilibrada.

Entre os achados do estudo finlandês, destaca-se a correlação entre a proteína C reativa (PCR) e transtornos como depressão e ansiedade, além da influência das plaquetas na produção de serotonina, um neurotransmissor essencial para o bem-estar. Os leucócitos também foram identificados como importantes indicadores de resposta imunológica, evidenciando a ligação entre o sistema imunológico e a saúde mental.

Essas descobertas mostram que, embora a ciência avance no mapeamento das origens biológicas dos transtornos psiquiátricos, fatores externos e comportamentais – como a prática regular de exercícios – desempenham um papel essencial na manutenção de uma vida mentalmente saudável.

– A integração desses conhecimentos científicos com práticas de autocuidado, como o esporte, cria uma abordagem ainda mais poderosa para prevenir e tratar doenças mentais – enfatiza Klien.

Os resultados do estudo apontam para o surgimento de uma medicina cada vez mais personalizada, com foco em intervenções precoces.

– Estamos caminhando para um futuro em que diagnósticos psiquiátricos serão mais precisos e os tratamentos, mais individualizados – conclui Klien.