O surfista Italo Ferreira é o único brasileiro classificado ao Finals da WSL. O atleta participou de entrevista coletiva nesta quarta-feira (4) e garantiu que tem capacidade de lutar pelo troféu de campeão mundial mesmo largando da última posição da etapa.
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– Durante a competição, você vai ganhando confiança e isso vai te alimentando. É o que acontece comigo. Hoje em dia, consigo disputar de igual para igual em qualquer lugar do mundo. Entro em um seleto grupo de atletas que podem vencer em qualquer tipo de onda. Venci no Taiti, tive uma quebra em El Salvador e venci no Brasil. É o que meu pai fala, se me deixarem chegar, vão ter que aguentar. Sou o quinto e preciso bater um por um para ser campeão do mundo. Vivi esse jogo dois anos atrás. Acabei perdendo e saindo sem o título. Serve como uma experiência que será colocada neste ano. Tenho energia o suficiente para fazer isso durante um dia inteiro – iniciou Italo.
Questionado sobre ser o único brasileiro nas finais e um dos poucos classificados que tem a capacidade de aplicar manobras aéreas, Italo focou em suas qualidades.
– Sou o único Goofy do Finals, então sobram mais ondas. Todos olham para para a direita e sobram as esquerdas. Fiz isso dois anos atrás e consegui sufocar os adversários o tempo todo. Tenho um bom arsenal nesta competição. Me preparei na piscina de ondas em São Paulo, coloquei toda a energia e dedicação para melhorar a performance em aéreos e nas manobras. Estou confiante para essa final. Sempre foi um orgulho representar o Brasil e não será diferente agora – analisou.
O brasileiro não sentiu medo para responder sobre os grandes desafiantes ao título. Até chegar nos surfistas citados, Italo precisa vencer outros dois fortes competidores.
– Acho que Griffin e John John Florence pode dar trabalho para a direita. São dois surfistas que tem o arsenal parecido com o meu – revelou Italo.
Italo é conhecido por ser um dos atletas com maior capacidade física da WSL. Ele foi questionado sobre a importância da dedicação ao longo da temporada visando o Finals.
– Tenho me dedicado na parte física e mental. É um tiro em um único dia. Preciso competir em alto nível durante todo o dia. Isso exige energia do corpo. Fiquei em São Paulo treinando na piscina de ondas e na academia. Saber que meu corpo está preparado me dá muita confiança para dar meu máximo e fazer qualquer tipo de manobra – comentou o surfista.
Italo foi irônico na hora de reponder se sentia algum tipo de frustração por não ter participado das Olimpíadas Paris 2024.
– Frustração é para quem não tem a medalha de ouro. Eu vivo um momento muito incrível. Consegui encontrar o equilíbrio e vencer algumas etapas durante o ano para que eu me colocasse na posição de disputar o título mundial. Tenho mais experiência do que no passado e posso estar melhor neste grande dia. Estou muito feliz de poder participar do Finals com grandes atletas. Que eu possa vencer um a um para chegar à final – rebateu.
A “Brazilian Storm” viveu um ano atípico e sofreu para se garantir na segunda metade da temporada 2024. Ferreira comentou sobre o caso e explicou que, junto a Gabriel Medina e Yago Dora, conseguiu elevar o nível de desempenho.
– Tivemos um início de temporada frio que prejudicou o segundo semestre. Depois, tivemos uma boa performance. Não tem como comparar com anos anteriores mas, independente disso, vivemos nosso melhor momento no surfe e isso reflete nos resultados. Sabemos que um brasileiro é favorito em qualquer lugar ou condição do mundo. Não existia isso no passado, então essa galera ainda é capaz de qualquer coisa – relembrou o brasileiro.
A onda de Trestles proporciona muitas manobras diferentes. Italo foi perguntado se preparou alguma novidade para o Finals.
– Aqui tem muita opção, tanto para a direita como para a esquerda. É difícil planejar algo antes da bateria. Depende muito da maré. Na cheia, a esquerda funciona melhor e, na maré baixa, é a direita. Dá para trabalhar durante o dia e analisar bem cada bateria. Seria bom matar a bateria logo no inicio para guardar energia e passar uma a uma ate a final. Vejo que tem que ter mais inteligência para jogar o jogo até a decisão – disse.
Mesmo fora das Olimpíadas, Italo Ferreira participou de transmissões das baterias como comentarista. Com isso, o brasileiro pôde estudar os adversários através de outra óptica.
– Foi um momento diferente. Estar do outro lado me permitiu observar de fora como eles jogam. Eu assisto minhas baterias antigas para entender como melhorar. Foi bem positivo! – revelou Ferreira.
Perguntado sobre as diferenças entre a campanha de 2022 e a atual, Italo deu mérito a outras pessoas que o acompanham na jornada.
– Estou mais forte física e mentalmente. Isso ajuda a ter mais explosão nas manobras e é uma vantagem. Estou mais inteligente junto a minha equipe e estamos dispostos a conquistar o título. Meu pai é meu amuleto e também está vindo. Vai trazer alegria para os dias e para a competição. Quero vencer para dar orgulho a ele e mostrar o filho que me tornei – explicou.
O surfista encerrou a coletiva pedindo apoio dos fãs brasileiros.
– Quero agradecer as mensagens da galera do Brasil. Provavelmente, o evento acontecerá na sexta-feira (6), que é o melhor dia da janela. Fiquem ligados e mandem energias positivas para mim e para a Tati. Que a gente possa trazer essa para o Brasil! – completou.
Italo Ferreira está escalado para enfrentar Ethan Ewing na primeira bateria do WSL Finals. Se vencer, enfrenta Jack Robinson. O caminho até o título ainda conta com Griffin Colapinto na terceira bateia e John John Florence na grande final.