Com o jogo mais importante até agora de 2024 batendo na porta, o Botafogo, jogadores e torcida ainda parecem estar presos no angustiante ano de 2023. A equipe enfrenta o Aurora-BOL, fora de casa e com altitude, na fase preliminar da Libertadores.
Analisando as derrotas do Glorioso para Flamengo e Vasco, os torcedores são levados a revisitar um enredo conhecido. Seja você torcedor do Botafogo ou não, certamente consegue recordar momentos em que o clube sofreu gols cruéis nos minutos finais da partida. Independentemente da sua afinidade com o alvinegro carioca, é fácil lembrar partidas em que o time iniciava bem, apenas para sucumbir psicologicamente após o primeiro revés no jogo.
Se o final do Campeonato Brasileiro fosse uma série de TV, provavelmente o diretor ia pedir para o roteirista do programa pegar um pouco mais leve com a equipe da Estrela Solitária. O que aconteceu com o time e torcida naquele final de campeonato, que tinha tudo para ser um lindo conto de fadas, virou um pesadelo com requintes de crueldade.
A SAF do clube, na figura centralizadora do estadunidense John Textor, também foi crucial para esse momento de angustia esportiva que o time vive. As declarações, posturas ou até mesmo afrontas contra torcidas do clube, só ajudam a piorar as coisas.
Outro ponto destacável é o treinador Tiago Nunes. Ele chegou ao clube no final de 2023 quando tudo parecia perdido mas uma pontinha de esperança ainda era possível. Até aqui, o treinador gaúcho parece sempre usar a desculpa da falta de equilíbrio mental do time para justificar o trabalho ruim feito até agora.
Ainda é só o Campeonato Carioca, torneio esse que o Botafogo vem tendo dificuldades para chegar na fase semifinal nos últimos anos, mas é perceptível que todos os fantasmas do ano passado ainda estão ali. Seja pela permanência de jogadores sem clima no clube ou pela falta de paciência e confiança da torcida.
Esse problema que o clube passa não é fácil arranjar uma solução realista. Até o torcedor do Botafogo mais irritado e desiludido com o time, sabe que não é viável trocar todos os jogadores do elenco do ano passado.
Por sorte do destino (ou não) o Glorioso enfrenta o Aurora no meio desses dias conturbados. A diferença técnica entre os clubes é gigantesca e deveria ser uma uma classificação sem sustos do Alvinegro Carioca. Mas, nesse momento, quem consegue cravar isso?
Caso enfrente o Red Bull Bragantino na próxima fase, o futuro na Libertadores representa não apenas um desafio esportivo, mas também uma oportunidade de transformação e renovação para o Glorioso. Mesmo que apenas ir para a fase de grupos não seja o suficiente, um primeiro passo precisa ser dado para o clube finalmente entrar em 2024.