Bahia e Grupo City: o 2023 que fugiu do planejado
Foto: Felipe Oliveira/Bahia
Bahia e Grupo City: o 2023 que fugiu do planejado

Em 4 de maio de 2023, o Bahia deu um passo muito importante em sua história. Naquela quinta-feira, pouco depois da conquista do 50º título estadual da história do clube, num campeonato completamente dominado pelo Esquadrão, o Bahia concluía a venda da SAF para o Grupo City, que tem como o maior expoente, o Manchester City de Pep Guardiola. Ali, o Tricolor se juntava a um grupo com 13 clubes, espalhados por todo o mundo.

O processo já se desenrolava há alguns meses, mas o dia 4 de maio foi oficial. O investimento anunciado pelo Grupo City e as declarações no momento da oficialização da parceria deixaram o torcedor bastante animado. O aporte financeiro do grupo ao Bahia deve chegar a 1 bilhão de reais, com fundos para compra de atletas, pagamentos de dívidas e investimento na infraestrutura e nas categorias de base.

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O CEO do Grupo City, Ferran Soriano, juntamente com o então presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, pregavam paciência, mas muito otimismo, em relação às disputas nacionais e até internacionais do clube nos próximos anos.

Queremos ritmo rápido de crescimento. Nossa prioridade é crescer esportivamente e economicamente. Se não crescermos a receita, não poderemos investir em jogadores – foi a fala de Soriano.

Oito meses depois, o Bahia entra em campo, pela última rodada do Campeonato Brasileiro pra jogar uma decisão, mas contra o rebaixamento. Com 41 pontos conquistados em 37 rodadas, o Tricolor sequer depende de si pra continuar na primeira divisão. O Tricolor precisa de uma vitória na Arena Fonte Nova, nesta quarta-feira (6), e de tropeços de Santos e Vasco pra se livrar de uma queda que pode ser trágica pro clube.

Depois de começar o ano com o português Renato Paiva no comando da equipe, o Bahia trocou de treinador no meio do caminho e escolheu Rogério Ceni pra tentar livrar o time do descenso. Renato teve 49 jogos, com 19 vitórias, 15 empates e 15 derrotas e deixou o Tricolor na 16ª posição da Série A. O português teve uma relação muito desgastada com a torcida e com a imprensa e a pressão se tornou insuportável depois de um empate contra o Vasco, na Fonte Nova. O treinador, após a saída, apontou uma dificuldade por conta da nova realidade do clube.

Infelizmente, tivemos que montar o elenco com as competições em andamento, mais de 20 reforços chegaram durante a temporada, e não é do dia para o outro que um grande time se forma. É preciso tempo.

Rogério assumiu na 23ª rodada, com uma vitória contra o Coritiba, fora de casa, por 4×2, mas os resultados não foram tão melhores que os de Renato. São 15 jogos, com seis vitórias, um empate e oito derrotas. As últimas duas colocaram o Bahia na situação atual. Perder para o São Paulo, que foi a Salvador com um time bastante reserva, e para o América-MG, já rebaixado e assegurado na lanterna da competição, fizeram Ceni dizer que estava envergonhado com o seu trabalho.

+ Ceni se diz envergonhado depois da derrota do Bahia para o América-MG

O jogo final do Brasileirão deste ano, em poucas horas, pode ser o divisor de águas na relação entre Bahia e Grupo City. Cair no primeiro ano de Grupo City, sendo o único dos quatro clubes que subiram da Série B do ano passado a “bater e voltar”, e com o maior rival subindo da segundona como campeão, vai fazer 2024 ser bem mais turbulento que o esperado. O acordo prevê 90 anos de parceria, mas o resultado no campo sempre fala mais alto. Pra não comprometer o presente e o futuro, o Bahia recebe o Atlético-MG, às 18h30, horário de Brasília, na Arena Fonte Nova.

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