Ex-presidentes da CBF, Ricardo Teixeira e Del Nero montam estratégia e tentam derrubar Ednaldo Rodrigues, que conta com apoio das federações
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, passa por um momento conturbado seja pelos resultados dentro ou fora de campo. Há um movimento de oposição para tentar derrubar a gestão, liderados pelos ex-presidentes Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero. No entanto, Ednaldo não parece preocupado com a situação e reforça que sociedade e órgãos do futebol disseram “basta” a esse grupo de oposição.
– O movimento estava no nosso radar, vindo de grupos para os quais a sociedade disse basta. E não só a sociedade, mas também os órgãos do futebol e principalmente as federações. Elas não comungam com o que está acontecendo, sabem do nosso trabalho, da nossa transparência – disse Ednaldo.
Os líderes de oposição estão banidos pela Fifa. Ricardo Teixeira renunciou em 2012 por estar sendo acusado de corrupção e recebimento de propina em contratos de patrocínio e direitos de transmissão. Do outro lado, Del Nero foi envolvido no FifaGate, em 2015, também sob acusação de ter recebido suborno em contratos de TV.
Em reunião realizada na última terça-feira, Ednaldo Rodrigues destacou que as federações estaduais estão ao seu lado em tomada de decisão.
– Não teve ninguém das federações que não tivesse referendado o apoio ao trabalho. Isso não é de agora. Vem de quando fomos eleitos. Queríamos fazer uma mudança de comportamento da instituição. Todos comungam dessa mesma ideia. Não era ter parte que fosse vinculada a uma situação antiga e outra que fosse o novo. Eu não caberia nisso. Foi de uma forma bem clara. As federações deram o apoio e manifestaram isso através de um documento de apoio à administração, por tudo o que a administração tem procurado fazer – frisou.
Fora de campo, a gestão Ednaldo tem problemas com contas não pagas e atrasos em alguns pagamentos. Fornecedores moveram processos na Justiça para receber. A informação foi dada pelo “Uol”.
Questão Diniz
Dentro de campo, a Seleção Brasileira vive uma das fases mais conturbadas. Pelo plano da CBF, Diniz ficará no cargo até a chegada de Carlo Ancelotti, em junho, para a Copa América.
– É um trabalho que está se iniciando. Tudo o que se muda tem tempo de adaptação. Ele está fazendo uma renovação na seleção de forma bem profunda, com jovens atletas. E eles precisam de um tempo maior para eles corresponderem. Isso não quer dizer que não seja um bom atleta. Mas uma coisa é o clube, outra a seleção, principalmente a seleção brasileira, onde a cobrança é a maior em todo o planeta. Porque se a seleção ganha, é obrigação, é normal, assim os torcedores veem. Mas quando perde, é uma cobrança porque ninguém aceita – disse.
A Seleção Brasileira empatou com a Venezuela em Cuiabá, perdeu para o Uruguai em Montevidéu, para a Colômbia em Barranquilla e para a Argentina no Rio de Janeiro. O time está em sexto lugar após seis partidas – mesma situação em que se encontrava em 2016 quando Dunga foi demitido.
Para 2024, os compromissos em março são amistosos contra Inglaterra e Espanha. Antes da Copa América, a CBF deve agendar ainda dois amistosos, já em junho.