Nino chegou ao clube em 2019, sem alarde por parte do torcedor, e viveu todos os processos do clube até chegar ao título da Libertadores
No dia 28 de fevereiro de 2019, às 21h17, o Fluminense anunciava nas suas redes sociais a contratação de um jovem zagueiro, vindo do Criciúma. Seu nome? Marcílio Florêncio Mota Filho, mais conhecido no mundo futebolístico como Nino. O defensor chegou sem alarde por parte do torcedor. Era a 11ª contratação do Fluminense, que não nutria muitas esperanças na temporada, após brigar contra o rebaixamento no ano anterior.
Nos seus primeiros meses, o camisa 33 já chamava a atenção do torcedor. Era um zagueiro técnico, com velocidade, bom passe e boa saída de bola, algo que os tricolores não viam há tempos. Nino fez seu primeiro jogo como titular pelo Fluminense no dia 3 de abril de 2019, contra a Luverdense, pela Copa do Brasil. Com as lesões de Digão e Léo Santos, ganhou espaço no time titular e nunca mais saiu.
Os anos foram se passando, Nino foi criando identificação com o clube, continuou se destacando e se firmando como um dos principais zagueiros do país, mesmo que de forma discreta. Isso acabou rendendo uma convocação para a Seleção Olímpica, onde disputou as Olímpiadas de Tokyo, sendo titular durante toda a campanha do ouro brasileiro.
– Isso representa muito para mim. Eu devo muito ao Fluminense o fato de estar aqui. Tenho certeza que eu represento o clube em todos os momentos. Fico muito feliz com o carinho que tenho recebido da torcida, de todos que torcem e acompanham cada passo que eu dou aqui no Japão. Fico muito feliz de ter entrado para a história do clube, podendo representar a seleção aqui – disse Nino ao site oficial do Fluminense na véspera da decisão.
Fora das quatro linhas, o zagueiro se tornou pai de Sofia, fruto de sua relação com a esposa Larissa, e agora ambos esperam Antônio.
Entretanto, assim como todos nós, Nino também passou por baixos. O zagueiro já foi muito criticado pelos torcedores por “pipocar” em jogos decisivos, como nas eliminações na Libertadores de 2021 e 2022 para Barcelona e Olimpia, respectivamente.
A relação entre clube e jogador quase esteve por um fio do fim, já que no início desse ano, o zagueiro recebeu uma proposta do Tigres, do México. Tudo estava certo para Nino ser vendido, porém, por falta de acordo com o Criciúma, dono do restante de seus direitos, a negociação melou.
Muitos poderiam ter forçado a saída, principalmente pelo dinheiro que os mexicanos ofereceram, mas Nino encarou a situação de forma séria e profissional.
– Quando veio a resposta do Criciúma, eu repassei que o Fluminense não faria a venda por ter o controle federativo. Eu liguei pro Nino e ele disse: “Não era para ser, não aconteceu. Sou feliz aí, entendo o senhor. Obrigado pelo empenho por tentar fazer o melhor acordo. Mas eu e minha família somos equilibrados e amamos o Fluminense. Eu me apresento segunda-feira para a pré-temporada – contou Mário Bittencourt, em entrevista.
E não era pra ser mesmo. Depois de tudo isso, Nino, que havia herdado a faixa de capitão após a aposentadoria do ídolo Fred, conquistou o Campeonato Carioca, em um jogo memorável contra o Flamengo, sua primeira taça com a braçadeira.
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Em 2021, o zagueiro, em entrevista coletiva, revelava seu sonho de jogar a Libertadores. Por um grande tempo em sua vida, esse sonho foi bem distante, segundo ele. Nino se via muito distante dessa realidade. Por algumas vezes, acreditou que não conseguiria jogar uma competição como a Libertadores em um time gigante como o Fluminense, pois de acordo com o próprio, em 2014, quase desistiu do futebol.
E hoje, tempos depois, o defensor levantou a tão sonhada taça da Libertadores, a primeira na história do Fluminense. Nino chegou ao Rio de Janeiro como um mero desconhecido. Foi evoluindo, se moldando, se preparando e agora se junta ao hall de ídolos do clube. Até que a escolha de continuar no futebol e viver tudo o que foi vivido valeu a pena, não é mesmo?
Parafraseando a música “Tá Escrito”, cantada por Xande de Pilares, e hit que embalou a torcida do Fluminense: “Às vezes a felicidade demora a chegar. Aí é que a gente não pode deixar de sonhar, Guerreiro não foge da luta, não pode correr. Ninguém vai poder atrasar quem nasceu pra vencer”. E isso que aconteceu com Nino. Um jogador que suportou o processo do Fluminense, desde as brigas contra rebaixamento até a grande final da Libertadores. Algo que demorou, mas que, bastou acreditar que um novo dia iria raiar, que a sua hora iria chegar. E chegou.
Agora, o capitão é campeão da Libertadores de 2023 com o Fluminense, após o clube derrotar o Boca Juniors por 2×1 neste sábado (4) no Maracanã. Fechando uma campanha histórica e um grande momento para Nino e os jogadores, levantando a taça da competição, a Glória Eterna veio!.
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