A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 começou nesta sexta-feira (26), pontualmente às 19h30 (14h30 no horário de Brasília). Em formato inédito na história das Olimpíadas, as delegações "desfilaram" atravessando o Rio Sena, saindo da Ponte de Austerlitz e chegando na Pont d'Iéna.
Após os desfiles nada convencionais, a cerimônia contou com as tradicionais formalidades da abertura, incluindo a chegada da tocha olímpica, no Trocadero, nos pés da Torre Eiffel.
No Trocadero, Rafael Nadal, Serena Williams e lendas do esporte francês levaram a tocha até o Museu do Louvre, onde estava localizada a pira olímpica. Os responsáveis por acender a pira foram Marie Perec e Teddy Riner, lendas do atletismo e do judô, respectivamente.
Abertura
A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos começou com um vídeo mostrando o ex-jogador Zinédine Zidane , campeão do mundo com a seleção francesa em 1998, carregando a tocha olímpica por Paris e mostrando os principais pontos da capital parisiense.
Na peça cinematográfica, Zidane entrega a tocha para crianças parisienses. A ideia foi mostrar a vida na "Cidade da Luz", seja nos cafés, metrôs e nos arredores do Rio Sena.
A gravação continua com um homem encapuzado levando as crianças para um local misterioso e segurando a tocha. O vídeo acaba e, de repente, os garotos aparecem embaixo da tradicional Ponte de Austerlitz, dando início ao evento. Nuvens de fumaça com as cores branca, azul e vermelha formaram a bandeira da França no local.
Desfile
Como em todas as edições de Olimpíadas, a Grécia iniciou o desfile - o país europeu tem esse direito por ser o primeiro a sediar os Jogos Olímpicos da era moderna, em 1896.
No caso da Paris 2024, o "desfile" foi a passagem dos barcos pela Ponte de Austerlitz. Depois do barco da Grécia, uma embarcação levando a Equipe Olímpica de Refugiados passou pela ponte e foi extremamente saudada pelo público.
O desfile, então, seguiu a ordem alfabética, passando por Afeganistão até Zimbábue. As exceções foram as embarcações da Austrália, Estados Unidos e França, que ficaram para o fim.
O Comitê Organizador decidiu deixar a delegação francesa por último, já que o país sedia esta edição dos Jogos Olímpicos. Já EUA e Austrália receberão as Olimpíadas de Los Angeles 2028 e Brisbane 2032, respectivamente.
Ao todo, 85 embarcações cruzam o Rio Sena, sendo que algumas delegações dividiram barcos.
Barco do Brasil
é bom que o barco tá tão longe que nem vai dá pra vê a roupa feia do brasil, vencemos #CerimôniaDeAbertura
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Demonstrando muita animação, a embarcação brasileira cruzou o Rio Sena cantando músicas nacionais e agitando bandeiras do país. Ao todo, 130 brasileiros participaram da cerimônia em um barco próprio, apenas com membros do Time Brasil.
O casal de porta-bandeiras foi formado por Raquel Kochhann, capitã da seleção feminina brasileira de rúgbi de sete, e o canoísta multicampeão Isaquias Queiroz - o baiano pode se tornar o atleta do Brasil com mais medalhas na história de Jogos Olímpicos.
Os representantes do Brasil vestiram um uniforme que gerou polêmica nas redes sociais, com críticas de famosos e internautas . O Comitê Olímpico do Brasil rebateu os questionamentos .
Forte chuva
Como a previsão do tempo indicava, a cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2024 foi marcada por uma forte chuva. O público que esteve no evento precisou se proteger, seja utilizando capas ou guarda-chuvas.
O tempo ruim também alterou o cronograma do evento. Em determinado momento, estava previsto que skatistas fizessem manobras em pistas improvisadas. A chuva impediu a apresentação dos esportistas.
Há expectativa, inclusive, de que a chuva persista ao longo do próximo sábado (27) e altere a forma de disputa no skate street masculino - as provas desta modalidade serão realizadas em uma pista aberta.
Apresentações
LADY GAGA PERFORMANDO NA ABERTURA DAS OLIMPÍADAS #CerimoniaDeAbertura #Paris2024 pic.twitter.com/HTkIpG7Bub
Em meio ao desfile, a expectativa de uma apresentação de uma artista mundial se confirmou. A norte-americana Lady Gaga, de 38 anos, performou e cantou em uma escada de ouro às margens do Rio Sena.
O show de Gaga abriu as portas para outras apresentações que ocorreram ao longo da festa. A banda de rock Gojira, de heavy metal, agitou com um show pirotécnico.
Na sequência, Marina Viotti, da Orquestra de Paris, interpretou "Carmen" com o seu coral. A cerimônia ainda teve 80 artistas do Moulin Rouge performando a icônica dança "Yes, we can can!".
AYA NAKAMURA #ceremoniedouverture #OpeningCeremony #Paris2024 pic.twitter.com/Mc7V9EckBw
Já a cantora Aya Coco Danioko, conhecida por Aya Nakamura, apareceu com seu hit Djadja .
Por fim, Paris teve um show de desfiles e danças na passarela da ponte Pont Du Carrousel, sobre o Rio Sena. E ainda deu tempo do público ver a pianista Sofiane Pamart e a cantora Juliette Armaneta interpretarem a canção "Imagine", de John Lennon.
Simbolismo
No geral, as apresentações buscaram associar os Jogos Olímpicos ao amor, à diversidade e à liberdade, com mensagens direcionadas aos negros e ao públicos LGBTQIA+ .
A cultura, a língua, costumes e os valores franceses também foram exaltados. Um deles aconteceu quando a cantora negra Axelle Saint-Cirel, com um vestido de 6 metros e a bandeira da França na mão, apresentou "La Marseillaise", hino nacional da França. A cena fez referência a obra "A liberdade guiando o povo", de Eugène Delacroix.
A presença de óperas, cantores de pop, rock e hip hop também mostrou uma festa multicultural, com é a França. No evento, um tapete vermelho também foi estendido, com modelos desfilando... o momento se referiu ao tradicional Paris Fashion Week, a famosa semana de moda realizada semestralmente.
Protesto
Em meio ao conflito entre Israel e Hamas em Gaza, a delegação da Palestina passou pela Ponte de Austerlitz fazendo o sinal da paz, em protesto pelo fim da guerra no território palestino - mais de 32 mil pessoas morreram desde outubro de 2023.
Já a delegação da Argélia arremessou flores no Rio Sena em homenagem aos mártires afogados pela polícia no Sena em 1961, enquanto a Argélia lutava por independência. A França negou responsabilidade no massacre até 1998, quando reconheceu 40 mortes (estimam-se entre 200 e 300).
Final da cerimônia
Lembra do homem encapuzado? Ao longo do cerimonial, a história do homem encapuzado que levava a tocha olímpica continuou. O personagem passou pela Catedral de Notre-Dame, visitou a Monalisa e seguiu seu caminho rumo a pira olímpica, sempre sem mostrar seu rosto.
Após a França encerrar os desfiles, o personagem mascarado carregou a tocha em cima de cavalo metálico, meio robótico, flutuando sobre o Rio Sena até chegar ao Trocadero.
Nos pés da Torre Eiffel, o personagem caminhou pelo palco e entregou a bandeira olímpica para oficiais. Em seguida, o hino do Comitê Olímpico foi executado.
O presidente do Comitê Organizador, Tony Estanguet, e o dirigente do COI, Thomas Bach, tomaram conta das palavras na sequência, exaltando o espírito olímpico e deram as boas-vindas.
Por fim, o personagem mascarado voltou à cena e entregou a tocha olímpica para Zidane. O ex-jogador, então, passou a tocha para o tenista espanhol Rafael Nadal, lenda do esporte que deve fazer sua última participação em Jogos Olímpicos.
Nadal, então, pegou um barco e se encontrou com Serena Williams, considerada a maior tenista de todos os tempos, Carl Lewis, lenda do atletismo, e Nadja Komanechi, ícone da ginástica.
Eles se dirigiram em direção ao Museu do Louvre, onde está localizada a pira olímpica, e entregaram a chama Amélie Mouresmo, ex-tenista francesa e medalhista de prata na Atenas 2004.
Mouresmo caminho até o Louvre e passou o objeto olímpico para Tony Parker, ex-jogador de basquete, e mais quatro atletas paralímpicos. A passagem aconteceu para Michaël Guigou, tricampeão olímpico com a seleção francesa de handebol.
Por fim, outros atletas icônicos da França se juntaram à marcha. No fim, as lendas Teddy Riner, do judô, e Marie-Josée Pérec, do Atletismo, acenderam a pira olímpica, que sobrevoou Paris em um balão.
Veja abaixo galeria de fotos da cerimônia de abertura:
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