Após decepcionar nas Olimpíadas, Nory fala em "paulada" por racismo e depressão

Ginasta foi alvo de ataques na Web nos últimos dias

Foto: Reprodução
Nory

Arthur Nory não teve um bom desempenho no primeiro dia das Olimpíadas de Tóquio, na madrugada deste sábado, e acabou eliminado precocemente .

Após a participação negativa nos Jogos, o ginasta fez um desabafo sobre os ataques que costuma sofrer na Web sempre que se aproxima de uma competição. A maioria deles faz referência a um ato racista que o atleta cometeu em 2015.

"Eu tive muito medo, fiquei muito acuado para tudo. Eu estou abrindo meu coração de verdade. Tudo o que aconteceu na minha história desde o episódio de racismo de 2015, que vem à tona sempre que eu apareço. Então é um processo de amadurecimento diário, de entender e melhorar. A gente tem que buscar esses erros e melhorar. Assim como no esporte. Mas, no esporte, essa chance é só de quatro em quatro anos. Mas é aprender com isso e melhorar. Para Paris, fazer diferente", disse Nory à TV Globo.

Nory, no entanto, garantiu que as ofensas não influenciaram no resultados ruins deste sábado.

"Não foi por isso, chega um momento que... Eu sempre tive muito medo, muito medo, desde o episódio do racismo, medo de falar, medo de assumir, medo de tudo. Fico sempre acuado, pensando em colocar o sorriso no rosto, brigando comigo para isso. E nestes últimos anos vêm isso muito forte, e no momento que você desabafa, assume, vem muita paulada. Venho tomando muita paulada agora e não vou mais me esconder. Vou assumir essa responsabilidade. É procurar melhorar todos dias", afirmou.

"Foi ano difícil, tive burnout, depressão, tive que parar um tempo, voltar, focar na barra. E estou aqui em mais uma Olimpíada. Atleta, ser humano, a gente erra. Treinei bastante, foi um ano complicado, mas eu me entreguei. Fui até o fim brigando, ajudando a equipe no que eu podia", finalizou o ginasta.