Fraude cometida há 16 anos em Jogos Paralímpicos ainda prejudica os atletas
Em 2000, time de basquete da Espanha foi campeão paralímpico com atletas sem qualquer tipo de deficiência comprovada
Por iG São Paulo |
Uma fraude cometida por atletas da delegação da Espanha durante a disputa dos Jogos Paralímpicos de Sydney, em 2000, fez com que os atletas que possuem deficiência intelectual ficassem de fora das disputas por 12 anos. A farsa, considerada até hoje um dos grandes escândalos do esporte mundial, segue prejudicando esses atletas, que estarão disputando medalhas na Paralimpíada do Rio de Janeiro, mas com participação reduzida.
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Como foi essa fraude ? No evento da Austrália, há 16 anos, um grupo de pessoas se fez passar por atletas com deficiência mental para integrar o time de basquete da Espanha. A seleção ganhou medalha de ouro, mas a história foi revelada meses depois por um jornalista, que integrava o grupo. Com a farsa descoberta, eles tiveram que devolver as medalhas e os prêmios recebidos. Isso em 2013.
Após esse episódio, o IPC (Comitê Paralímpico Internacional) decidiu que não haveria mais provas para deficientes mentais nas competições promovidos pela entidade. Por conta disso, atletas com esse tipo de deficiência não participaram da Paralimpíada de Atenas, em 2004, de Pequim, em 2008, e tiveram seu retorno liberado nos jogos de Londres, em 2012.
Neste ano de 2016, ainda na sombra da fraude de 2000, os atletas com deficiência intelectual vão participar de provas na natação, no atletismo e no tênis de mesa. O Brasil terá três atletas com esse tipo de deficiência disputando medalhas: Daniel Tavares, no atletismo, e Beatriz Borges Carneiro e Felipe Caltran Vila Real, ambos na natação.
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A ideia é ampliar
Segundo Roberto Di Cunto, coordenador técnico da Abdem (Associação Brasileira de Desporto para Deficientes Intelectuais), mesmo agora que a situação já tenha sido regularizada, a inclusão está sendo feita aos poucos. "Ainda é uma participação bem pequena, só liberaram quatro provas em cada modalidade", disse o dirigente, que espera mais provas no atletismo e na natação nos Jogos de Tóquio 2020.
Para o coordenador, a decisão de banir os atletas com deficiência intelectual de jogos mundiais, incluindo Paralimpíada recentes, foi injusta. “Foi uma decisão que a gente nunca vai concordar e nem entender. A Espanha fez a fraude e o mundo inteiro pagou o pato", lamentou.
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Segundo Roberto Di Cunto, a classificação dos deficientes intelectuais no paradesporto exige laudos de psicólogos para comprovar a deficiência e não ter fraude. "São vários testes que precisam ser feitos para saber que ele é deficiente. Além de uma parte descritiva, falando das dificuldades que a pessoa tem no dia a dia, de locomoção, cuidar de dinheiro, trabalho. É um laudo bem complexo, com documentos para comprovar isso”, finalizou.
*Com Agência Brasil