A recém-descoberta entrevista de Nelson Piquet , dada em novembro do ano passado ao canal "Motorsports Talks", vai além das ofensas racistas dirigidas ao heptacampeão do mundo Lewis Hamilton .
Em outro trecho, ao qual o site especializado em automobilismo "Grande Prêmio" teve acesso, Piquet volta a utilizar o termo racista "neguinho", que repercutiu de forma negativa em todo o mundo, e conclui com uma declaração homofóbica, em tom jocoso.
De acordo com o "GP", após quase duas horas de entrevista, Piquet
fala da temporada de 1982 e dá sua opinião em relação ao campeão daquele ano, Keke Rosberg. Ele chama o finlandês de "bosta" e, na sequência, compara a situação do ex-piloto com a do filho dele, Nico, que venceu um título em disputa com Hamilton
, em 2016. Nesse momento, novamente, o brasileiro emprega a expressão "neguinho" e, em seguida, solta o comentário homofóbico em relação ao piloto da Mercedes.
“O Keke? Era um bosta, não tinha valor nenhum. É que nem o filho dele [Nico]. Ganhou um campeonato… O neguinho devia estar dando mais c... naquela época, aí tava meio ruim”, disse, às gargalhadas, na entrevista que já foi retirada do ar.
Desde que a entrevista viralizou, a repercussão internacional tem sido extremamente negativa a Piquet . Nesta semana, a Fórmula 1, a FIA e a Mercedes publicaram comunicados condenando a atitude do tricampeão. Hamilton também se manifestou , afirmando que é necessário uma mudança profunda de mentalidade, e outros pilotos, como Sebastian Vettel, ex-pilotos e organizações saíram em defesa dele.
A Fórmula 1, inclusive, analisa banir Piquet do paddock. O Clube dos Pilotos Britânicos — proprietário de Silverstone — suspendeu a inscrição do brasileiro. Ele chegou a se desculpar, mas disse que houve uma tradução equivocada do português para o inglês do termo "neguinho" . E reforçou que o uso da palavra é coloquial entre os cariocas.