Escoltada e ameaçada de prisão, tenista reclama após pegar Covid: 'delinquente'

Espanhola reclama da forma que foi tratada após o diagnóstico

Foto: Instagram
Paula Badosa

A tenista espanhola Paula Badosa fez uma série de críticas ao tratamento dispensado pelos organizadores do Grand Slam de Melbourne, o primeiro da temporada, após deixar o isolamento a que foi submetida após ter contraído Covid-19.

A 67ª colocada do ranking feminino doi a única atleta infectada entre os centenas que desembarcaram no país nas últimas semanas. Apesar de todos os jogadores terem que fazer algum tipo de quarentena nos primeiros 14 dias, a maioria podia deixar seus quartos de hotel por até cinco horas diárias, para treinos em quadra, físicos e alimentação, porém, ela e mais 71 tenistas não puderam deixar as acomodações porque viajaram em voos com pessoas contaminadas.

"Foi um pesadelo. Trataram-me como se eu fosse uma delinquente, me transferiram de um hotel para outro escoltada por policiais, carta de prisão (em caso de descumprimento das regras). Senti falta de um pouco mais de empatia. Eu sei que tinha um vírus que é perigoso, mas estava presa e seguindo as regras", afirmou, em entrevista ao El País.

A espanhola também reclamou da falta de ventilação no seu quarto e de não ter recebido equipamentos para se manter em atividade. “Tinham dois policiais na porta e fui proibida de abri-la. Não tinha janela para respirar um pouco", diz.

Apesar de dizer que entende as restrições, a jogadora contesta as condições. "Que o esforço é muito grande e nós agradecemos? Sim, mas a realidade é que eles ganham muito mais do que qualquer um de nós pode ganhar aqui. Ficou claro que ia haver algum positivo e eles deveriam ter levantado melhores condições para atender os casos. Essa é a minha reclamação", diz.

Vale lembrar que a Austrália foi um dos países com mais sucesso no controle da pandemia. O país teve cerca de 29 mil casos e 909 mortes até agora. Diante desses números, as reclamações dos tenistas não foram bem aceitas.