"Eu ser gay não define aquilo que sou", diz Diego Hypólito no sambódromo

Fora da Olímpiada de Tóquio por conta de dores, ginasta diz ter dever de tentar ajudar o esporte e retribuir aquilo que conquistou ajudando pessoas


Foto: Reprodução/Instagram
Diego Hypólito, ginasta assumidamente homossexual, se encontrou recentemente com Jair Bolsonaro

A aposentadoria para alguns é sinônimo de descanso. Para Diego Hypólito, porém, é totalmente o contrário: presente no Camarote Bar Brahma, no Sambódromo do Anhembi, o ex-ginasta revelou vários projetos paralelos durante e novamente levantou a bandeira contra o preconceito.

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"Eu não falava antes sobre sexualidade porque era um momento visando o esporte, medalha olímpica, mas depois que isso passou e eu conquistei isso, pra mim a questão da minha sexualidade é tão menor... Ninguém chega para alguém e pergunta 'você é hétero?', isso é tão pequeno. Temos que ser bons, independente da situação. O ser humano está muito rotulado. Se tenho a visão certa, não sei, a gente tem que só tentar fazer o nosso melhor", disse Diego Hypólito , que, em 2019, revelou-se homossexual.

"A gente tem que formar uma sociedade que tem que parar de ter rótulos. Nossa sociedade brasileira, que vive muito em rede social, mídia social, se preocupa muito com o olhar 'você é gay, você é hétero, você é bi, o que for'. A gente tem que estar preocupado em ser melhor para a sociedade. Eu ser gay não define aquilo que eu sou e eu acho que as pessoas deveriam pensar, ter um olhar mais amplo, porque somos muito cheios de rótulo", continuou.

Hypólito, irmão da também ginasta Daniele Hypólito , foi medalhista de prata na Olimpíada do Rio de Janeiro e coleciona medalhas de ouro em Mundiais, Pan-Americanos e Sul-Americanos. Agora, porém, ele tem outros projetos.

"Na próxima semana eu vou abrir meu restaurante, eu tenho um projeto com esporte, grande também. É meu dever, de certa forma, tentar ajudar o esporte e retribuir aquilo que eu conquistei, ajudando as pessoas", afirmou.

O projeto ao qual ele diz respeito é o "Sigo Esporte", fundado em 2018, uma plataforma que tem como objetivo criar condições para que atletas, esportistas, treinadores e organizações esportivas obtenham recursos independentes de verbas públicas e patrocínios convencionais.

Já a faculdade, que ele precisou abandonar em vários momentos por conta de competições e outras prioridades no momento, a intenção é finalizá-la no meio ou no final deste ano. Quando perguntado sobre as condições de ir para a Olimpíada de Tóquio , em julho de 2020, ele foi enfático: tecnicamente era possível, mas problemas de saúde o convenceram do contrário.

"Eu acho que teria condição tecnicamente de ir para Tóquio , mas o problema é que eu já estava com muita dor na minha coluna, precisava operar e, depois que operei, fiquei um pouco cauteloso, eu não consegui mais ter vontade de treinar 100%. Ficava com medo e a minha coluna, pra uma pessoa de 100 anos de idade, é uma coluna ruim. Então, eu coloquei muitos pinos, placas, coloquei prótese nos meus discos. Consegui voltar a treinar e a estar próximo dos meus 100%, mas pensei que, para Tóquio, eu não quero".

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Ele ainda deu indícios de que pode retornar à ginástica no futuro: "Quem sabe depois. Não sei (se tem chance de voltar), mas daqui um ano, dois anos, quem sabe", finalizou.