Equoterapia promove melhora na vida de deficientes e pessoas 'especiais'
Tratamento com cavalos, a equoterapia utiliza abordagem multidisciplinar e interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação
Por iG São Paulo |
Cavalo não é só fonte de esporte ou diversão, mas útil, também, quando o assunto é saúde. Muita gente já ouviu falar de certos tratamentos em que se usa animais (cachorro, gato, etc). Dentro disso, existe a equoterapia, um tratamento com cavalos útil para desenvolver mente e corpo. Essa terapia é voltada para pessoas deficiente ou necessidades especiais, como a síndrome de Down, paralisia cerebral, derrame, esclerose múltipla, hiperatividade, autismo e crianças muito agitadas ou com dificuldade de concentração.
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A palavra equoterapia foi criada pela Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-BRASIL). A entidade criou com três intenções. Primeiro, homenagear o latim, ao adotar o radical EQUO que vem de EQUUS. Segundo, homenagear também o grego Hipócrates de Loo, o pai da medicina ocidental, que sempre aconselhava a prática equestre como algo importante para a saúde, além de preservar o corpo humano de muitas doenças e no tratamento de insônia.
A outra intenção era criar um nome forte para facilitar o reconhecimento dos órgãos necessários de que se trata de uma terapia medicinal - ela é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina - CFM (6 de Abril de 1997), Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - COFFITO (27 de Março de 2008) e Secretaria de Educação do Distrito Federal - SEDF.
A equoterapia exige a participação do corpo inteiro para, assim, promover o desenvolvimento da força muscular, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio. Além disso, segundo a ANDE-Brasil, a "interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, os cuidados preliminares, o ato de montar e o manuseio final desenvolvem, ainda, novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima".
Equoterapia possui um programa básico a seguir, que inclui a Hipoterapia, voltado especificamente para pessoas com deficiência física e/ou mental. Neste caso, o praticante não tem condições físicas e/ou mentais para se manter sozinho a cavalo. Portanto, não pratica equitação.
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Para o tratamento de deficientes com cavalo é necessário frequentar um local específico, pois o animal necessariamente precisa ser manso, dócil e bem treinado, até para não comprometer os resultados do tratamento. Durante todas as sessões é importante, além do treinador do cavalo, a presença de um terapeuta, que pode ser um fisioterapeuta especializado, psicomotricista ou fonoaudiólogo, por exemplo, para orientar os exercícios.
ONG paulista promove inclusão social através da Equoterapia
O Texas Ranch, localizado em Itapecerica da Serra, na grande São Paulo, é especializado no tratamento destinado a pessoas portadoras de necessidades especiais na região. A instituição atua desde 2007 e tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos adeptos por meio do contato com os cavalos e a natureza.
As fisioterapeutas que atuam no Texas Ranch, Kátia Souza de Oliveira e Dyelle de Mello Freitas, explicam que todos os participantes dos campeonatos praticam, em média, pelo menos dois anos do programa de educação. “Nele, eles adquirem equilíbrio, coordenação motora, autoconfiança, adequação postural, atenção, concentração e maior independência, para só então evoluir ao programa pré-esportivo. Hoje nossos Atletas se encontram na 4ª fase da Equoterapia, a prática esportiva. Iniciamos os treinamentos voltados à equitação, treinando com auxílio de uma equipe de profissionais para um melhor desempenho na evolução de cada um dos praticantes”, apontam as fisioterapeutas.
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A ONG especializada em equoterapia atende mensalmente cerca de 80 pacientes por meio de convênios com as prefeituras dos municípios de Itapecerica da Serra, Embu das Artes e também com o apoio de patrocinadores.