Anderson Silva fala do preconceito
Reprodução/Facebook UFCBrasil
Anderson Silva fala do preconceito

A morte de um homem negro sob o joelho de um policial branco desencadeou a maior onda de manifestações dos últimos 50 anos nos Estados Unidos. No Brasil, cujos os movimentos que defendem a causa devem ganhar, já nos próximos dias, ainda mais força nas ruas, a discussão do racismo voltou com tudo à tona, com personagens importantes contando momentos em que sofreram preconceito .

Em entrevista à CNN, o lutador brasileiro de artes marciais mistas e ex-Campeão Peso Médio do UFC,  Anderson Silva, conhecido mundialmente como Spider, foi um dos que falou da questão e relatou um dos momentos que já sentiu na pele o racismo. 

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“Quando trabalhava em uma grande rede de lanchonetes, um senhor entrou na loja e perguntou se tinha alguém para atendê-lo. Eu falei: ‘Claro que sim, posso atender você’. Então ele disse: 'Não, eu não quero ser atendido por um negro. Tem alguém para me atender?' Isso foi só uma das coisas que aconteceu”, revelou o lutador. E não foi só ele na família que sofreu. Sua irmã chegou a ser pintada com um “X” por colegas de escola, que a seguraram para cometer o ato de preconceito.

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O lutador ainda falou que esperava que a pandemia do novo coronavírus trouxesse uma maior consciência para as pessoas que não há diferenças.

“Quando você para pensar pelo o que estamos passando com a pandemia e o confinamento, esperava que as pessoas passassem a ter a maior consciência que somos todos iguais. Essa situação toda colocou todo mundo de igual para igual. Não tem raça ou divisão social. Estão todos na mesma situação. Mas, lamentavelmente, você ainda vê esse tipo de coisa ( racismo ) acontecendo nos dias de hoje. Nós negros sabemos o que é. O sentimento que fica. Ficamos impotentes e tentamos impor nossa voz e os direitos de uma forma pacifica e inteligente, mas é complicado”, apontou.

Questionado se essas manifestações que ganharam as ruas em mais de 75 cidades americanas, sendo que em mais de 40 delas as autoridades já decretaram toque de recolher, realmente trarão uma mudança significativa em relação ao racismo estrutural que toma conta do mundo, o lutador não mostrou muita confiança e aproveitou para cobrar uma posição mais firme por parte dos governantes.

“É difícil dizer se essa manifestação e comoção das pessoas em relação ao que ocorreu vai mudar alguma coisa. Esses fatos (morte de negros por policiais) já vêm acontecendo há muitos anos, inclusive no Brasil. Espera que haja uma mudança. Mas, os nossos governantes precisam entender que o negro não é uma oposição e que tem o direito de ser respeitado como negro. Enquanto eles não tiverem essa consciência e também ocorra uma punição para esses fatos, não vai mudar”, concluiu.

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