Diagnosticado primeiro caso de danos cerebrais no MMA

Doença foi descoberta em Jordan Parsons, ex-lutador do Bellator, pelo médico Bennet Omalu, responsável por relatar casos antigos da CTE

Foto: Divulgação/Bellator
Jordan Parsons bate em Julio Cesar Neves Jr durante luta do Bellator, uma das organizações de MMA

Na última quinta-feira, o MMA recebeu o primeiro diagnóstico de caso de danos cerebrais, conhecido como Encefalopatia Traumática Crônica (Chronic Traumatic Encephalopathy, CTE, em inglês). A doença foi descoberta em Jordan Parsons, ex-lutador do Bellator, e divulgada por Bennet Omalu, médico de patologia forense, responsável por descobrir o caso em um jogador de futebol-americano pela primeira vez em 2003 e em um lutador profissional em 2007, ao jornal “Boston Globe”.

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A Encefalopatia Traumática Crônica é uma doença degenerativa e progressiva, comum em quem é atingido por golpes fortes ou repetidos na cabeça. Lutadores do WWE, o pro-wrestling norte-americano, jogadores da NFL, liga de futebol norte-americano, e de Hóquei já haviam sido diagnosticados, mas no caso do MMA é o primeiro. "Estes resultados confirmam que o perigo de exposição a CTE não se limita a apenas futebol, hóquei, e wrestling '', disse Omalu.

Por precisar de uma análise no tecido cerebral, a CTE só pode ser comprovada após a morte e exatamente por isso, ninguém no mundo das artes marciais mistas havia sido diagnosticado. Como Parsons faleceu depois de um acidente de trânsito em maio, aos 25 anos, foi possível realizar o exame.

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De acordo com o médico, o acidente não teve nada a ver com a descoberta, já que “é uma doença crônica que se desenvolve ao longo do tempo''. Vale lembrar que Jordan começou a lutar aos 17 anos e se tornou profissional aos 20

ALERTA

Com os riscos do esporte comprovado, é ligado um grande alerta entre os responsáveis pelas organizações de MMA, que sempre se defenderam dizendo que o esporte é mais seguro do que o boxe, por exemplo.

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"Além da tragédia da morte de Parsons, espero que os resultados sirvam para advertir e educar os outros atletas e seus médicos sobre os riscos ocultos envolvidos '', afirmou o advogado Konstantine Kyros, responsável por defender muitos lutadores processados pelo WWE e que recebeu o cérebro de Parsons para realizar necropsia.