
Jorge Carrascal . Um nome desconhecido do torcedor do Flamengo até surgirem os primeiros rumores da contratação.
Mas era o nome mais sonhado. Depois da temporada 2019, uma das principais reclamações de todos nós era a ausência de um reserva para Arrascaeta .
Ano após ano o Fla vivia um problema recorrente. Se o uruguaio estivesse mal em um jogo ou ausente por convocações ou lesões, o time sofria muito, principalmente no setor ofensivo.
Uma espécie de dependência. Em toda janela de transferências surgia a frase pelas redes, quase como uma mantra: “precisamos de um reserva para o Arrascaeta”.
A diretoria contratava pontas, volantes, laterais, zagueiros, atacantes e até goleiro, mas o tal meia nunca parecia ser uma prioridade, apesar dessa necessidade gritar em diversos momentos.
Até agosto de 2025 quando, finalmente, ele chegou. Vindo da Rússia. Com passagens pela seleção colombiana e custando 12 milhões de euros .
Demorou, mas agora engrenou
Nos seis primeiros jogos, Carrascal entrou em três vindo do banco e nos outros três nem saiu de lá.
Normal para quem havia acabado de chegar, estava em pré-temporada na Rússia e precisava de adaptação.
Já no retorno da Data FIFA de setembro, a primeira participação em gol, com assistência na vitória sobre o Juventude .
Contando desde esse jogo, são nove partidas e seis participações em gols, com quatro passes para os companheiros e duas bolas na rede, a mais importante, claro, foi a da vitória contra o Racing pela Libertadores.
Mas, para além dos números, o que se viu até aqui foi um jogador que tem argumentos e capacidade para se firmar no clube pelos próximos anos.
Qualidade técnica e muita disposição
Na maioria das partidas, especialmente de um mês pra cá, Carrascal tem demonstrado ser o típico jogador que cai facilmente nas graças do exigente e imediatista torcedor rubro-negro (me incluo nessa).
Antes de mais nada, porque parece ter os requisitos técnicos que o fazem ser, efetivamente, o reserva de Arraxca — e até jogar junto com o uruguaio, como já aconteceu algumas vezes.
Depois, porque é um cara que se entrega demais em campo, característica sempre apreciada pela Nação .
O colombiano participa do jogo ativamente, procura estar sempre próximo das jogadas e gera muito volume de jogo.
Na semifinal contra o Racing foi o nome do jogo. Além do importante gol da vitória, comandou todas as ações do Flamengo. Carimbou as principais jogadas de perigo. Um verdadeiro recital.
E agora, Filipe?
Filipe Luis adora repetir uma máxima: “o campo fala”. Nos últimos jogos e depois de hoje, o campo está gritando que Carrascal deve ser titular.
Lino não tem repetido o bom começo, vem jogando mal e sendo pouco eficiente. Os outros pontas também não vivem boa fase.
Michael praticamente não joga. BH precisa fazer as pazes com a bola e tem sido usado como centroavante. Cebolinha, além de não entregar o que se espera, não consegue se livrar das lesões.
Nesse contexto, apesar de ser um jogador com outro estilo, o colombiano surge como a melhor opção para ocupar o lado esquerdo do ataque, ainda que atue mais por dentro, como o meia que é.
Se Filipe mantiver a coerência entre discurso e prática, veremos Carrascal mais vezes iniciando as partidas daqui para frente.
Situação positiva para o restante da temporada, mas também para os anos que virão.
O tão desejado meia reserva chegou. E provou que pode ser até muito mais do que isso.