
Como em todos os anos desde a recuperação financeira e o início de uma série de títulos, o Flamengo entrou na temporada de olho em aumentar a lista de troféus conquistados.
Logo de cara, venceu a Supercopa e o Campeonato Carioca, mas, nas principais competições, os percursos foram diferentes.
A Copa do Brasil foi tratada com peso menor em 2025 e o time caiu nos pênaltis para o Atlético Mineiro nas oitavas-de-final.
No Brasileirão e na Libertadores segue na briga, mas com certa dose de preocupação nos dois torneios. Depois de um período avassalador, que se deu antes, durante e após o Mundial de Clubes, o Mengão chega no momento mais crucial da temporada com viés de baixa.
Seja para quem quer olhar o copo meio cheio ou meio vazio, argumentos e razões não faltam.
Perda da liderança no Brasileirão
Foram 12 rodadas seguidas na ponta e algumas oportunidades de aumentar a vantagem. Mas o que o Flamengo viu foi o Palmeiras assumir a liderança, abrir 3 pontos de frente e ter 2 vitórias a mais, o primeiro critério de desempate.
A sequência pesada em outubro teve papel fundamental nessa queda. Empates contra Vasco e Cruzeiro no Maracanã, e a derrota para o Bahia em Salvador significaram apenas 2 pontos em 9 possíveis.
Se fossem somente os resultados ruins com a equipe jogando um bom futebol, até haveria certo alento. O problema é que o desempenho do time também caiu bastante nesse período.
O time de Filipe Luís não tem feito boas partidas e virou uma equipe irregular. Talvez a pausa para a Data FIFA sem nenhum jogador convocado tenha sido a melhor notícia para o treinador.
Descanso de três dias para todo o elenco e um raro tempo de treinos em sequência para ajustar e tentar recuperar o bom futebol que esteve presente na maior parte do ano.
Semana decisiva que começa nesta quarta
Claro que ainda tem muito campeonato pela frente, mas a rodada deste meio de semana será crucial para as nossas pretensões. O problema é que ela é mais favorável ao Palmeiras, que recebe o Bragantino na casa deles. Pra gente o buraco é mais embaixo: clássico contra o Botafogo no Engenhão.
Se empatar ou perder e o time do Abel vencer, nossa situação ficará delicadíssima. Mas uma vitória mantém nossas chances bem vivas.
E então vem o confronto direto. No domingo é quando o filho chora e a mãe não vê. O Palmeiras vem até o Maraca para encarar o Flamengo e, claro, um estádio lotado. Um resultado positivo iguala as pontuações e coloca fogo no Campeonato mais uma vez.
Acima de tudo, dois resultados positivos nesses jogos podem ser a famosa “virada de chave” para encarar o resto do Brasileirão.
Libertadores: a final é logo ali
A classificação para a semifinal foi emocionante. Até que não precisava, mas o árbitro do jogo contra o Estudiantes no Maracanã fez uma operação de deixar qualquer cirurgião com inveja.
O grande problema foi ter feito, mais uma vez, uma campanha ridícula na primeira fase, o que nos coloca na situação de sempre decidir fora de casa.
Nas quartas-de-final, Rossi brilhou e garantiu a classificação nos pênaltis, mas gostaria que não fosse necessário passar por isso de novo.
Ou seja, o primeiro confronto, na próxima quarta-feira, é decisivo para encaminhar a classificação para a final e reencontrar a Glória Eterna depois de 3 anos. Precisa jogar bem e fazer um placar confortável para afastar qualquer possibilidade de tragédia.
Elenco livre de lesões
Depois de muito tempo, finalmente Filipe Luís poderá contar com o elenco completo novamente. Em um momento tão decisivo da temporada, ter todas as peças à disposição é até um certo alívio.
Nos últimos anos o Fla tem sofrido com as lesões e esse ano não foi diferente. Com o retorno de Pulgar, que estava fora desde o Mundial, é força máxima a partir de agora — e se você não for ateu, use sua fé para pedir que sigamos assim até o final do ano (se você for ateu faça algo para ajudar, por favor).
Com todas as opções, basta Filipe Luís tomar as decisões certas — como fez em outros momentos da temporada — para o Flamengo encarar a pesada sequência desta reta final como todos esperamos: com bom futebol e resultados positivos.
No fim, tudo se resume aos títulos
O futebol brasileiro tem por características ser muito resultadista. O torcedor então, nem se fala. A temporada começou promissora, no decorrer do ano a Nação Rubro-Negra teve ainda mais motivos para se animar, mas chega ao fim de 2025 com a pulga atrás da orelha.
Não é o caso de demitir o treinador — muito pelo contrário. Mas se o Flamengo quer ter um ano considerado positivo, precisa vencer pelo menos um dos títulos que ainda restam em disputa. Se não conseguir, só teremos uma palavra para definir a temporada: decepção.
