
Juninho é um estranho no Ninho do Urubu. Afinal, foi a única aposta que chegou ao Flamengo nesta temporada, apesar de ter custado 5 milhões de euros para tirá-lo do Qarabag (Azerbaijão). Ele ainda não conseguiu se encontrar no meio de tantas estrelas e caiu no esquecimento do clube e torcida.
O atacante não entra em campo há mais de dois meses — não foi sequer relacionado em algumas vezes. Na última, jogou apenas 14 minutos no empate em 1 a 1 com o Ceará. Filipe Luís, que aprovou a contratação no início do ano, foi curto e claro na justificativa pela ausência constante:
"O Juninho é uma opção técnica. Agora eu tenho Plata, Bruno, Pedro e Wallace que jogam de atacantes. Nesse momento, para mim, quando monto o time que vai jogar e monto o banco, tenho que montar as opções."
Primeiro nome do novo scout não deu certo
A chegada de Juninho marcou o primeiro tempo do que seria uma nova fase do departamento de futebol do rubro-negro. O diretor da pasta, José Boto, é reconhecido no meio pela precisão no processo de scout (análise e identificação de talentos. E foi contratado para introduzi-lo no ambiente do Ninho.
A aposta, entretanto, perdeu aprovação de boa parte da torcida com o passar das partidas. Não à toa, o Flamengo desistiu da contratação de um outro nome desconhecido na janela do meio do ano, Mikey Johnston, por pressão externa, muito condicionada pelo insucesso com o primeiro caso.
"É óbvio que esperávamos que ele tivesse uma adaptação melhor, mas isso é algo muito difícil de prever. Achamos que ele tem mais para dar. Agora, quando você tem jogadores de nível à frente, é difícil ter essas oportunidades de desenvolver mais. Isso depende muito do jogador, da resiliência dele", revelou Boto em entrevista ao ge.
Flamengo recusou propostas por Juninho
Não se sabe o que aconteceu desde então para situação de Juninho se escalar até onde está, no momento. Mas o rubro-negro recusou duas propostas da Arábia Saudita pelo centroavante em julho. As ofertas do Al-Riyadh e do Najma SC eram para um empréstimo com compensação financeira.
Mesmo com aprovação de uma parcela torcida, nenhuma das duas partes se interessou pela saída. O centroavante queria permanecer no Rio para buscar seu lugar no time, e o Flamengo reforçou que planejava dar mais espaço a ele. Desde então contabilizou 62 minutos em campo.
Posição de Juninho ainda não tem dono
É evidente que Juninho precisaria encontrar uma maneira de se destacar no meio de tantos nomes conhecidos pela qualidade técnica acima. Mas dentro dos possíveis contextos, o dele é o mais favorável para quem está em busca de mais chances.
Contratado para ser uma reposição imediata de Pedro, que ainda se recuperava da cirurgia no joelho, o atacante não conseguiu gerar confiança a Filipe Luís. No entanto, não é como se o treinador tivesse encontrado as soluções necessárias para a posição.
Até o camisa 9, visto como o melhor da função no elenco, não conseguiu se firmar na titularidade. Ele vem revezando com outras opções, improvisadas, na função. Os pontas de origem Plata e Bruno Henrique são os concorrentes. Juninho foi para o final da lista e precisa lutar para ser ao menos relacionado para os duelos.
Números de Juninho pelo Flamengo
- Partidas: 27 (7 titular)
- Minutos: 748 (27 por partida)
- Gols: 3
- Assistências: 0
- Aproveitamento: 69%
Enquanto ainda espera que há um último suspiro pela retomada do atacante, José Boto já revelou que voltará a fazer movimenações parecidas com esta nas próximas janelas de transferências. A pressão, desta vez, estará presente para que a próxima incógnita dê mais resultados.
Com ou sem Juninho, o Flamengo espera ter uma reta final de temporada irretocável para ficar com os títulos da Libertadores e Brasileiro. O próximo compromisso é pela liga nacional, contra o Botafogo, na quarta-feira (15), às 19h30, no estádio Nilton Santos.
