No clássico do último domingo (21), entre Flamengo e Vasco pelo Brasileirão, o zagueiro cruzmaltino Robert Renan foi substituído após um forte choque de cabeça em disputa de bola com o companheiro Cauan Barros . Durante o atendimento, os médicos acionaram o protocolo de concussão e determinaram que o defensor deixasse o jogo imediatamente.
Adotado em 2024, o protocolo da CBF prevê que qualquer choque, trombada ou jogada mais brusca devam ser acompanhados de perto pelas equipes médicas. Isso porque eles podem gerar uma concussão — uma espécie de lesão cerebral. É quando o cérebro se mexe dentro da caixa craniana, o que causa uma alteração temporária na função cerebral.
Entre os principais sintomas da concussão estão: perda de consciência, dor de cabeça, tontura e problemas de memória. Mesmo que eles sejam temporários, devem ser acompanhados e investigados de perto.
- Protocolo de concussão da CBF está em vigor desde 2024
- Jogador com suspeita é retirado de campo e substituição extra é liberada
- Afastamento mínimo de 5 dias é obrigatório, com reavaliações diárias
- Etapas de retorno incluem atividades físicas graduais antes da liberação
O que acontece quando o protocolo é acionado
Assim que o protocolo de concussão é ativado e o jogador sai de campo, o seu time, juntamente com o adversário, ganha o direito a ter mais uma substituição a qualquer momento, não afetando o limite máximo de trocas, que é de cinco.
Durante o atendimento, o árbitro da partida, assim como as comissões técnicas, não pode exercer nenhum tipo de influência nos médicos. O médico da equipe entrega um cartão vermelho para a arbitragem e, ao fim da partida, este cartão é devolvido O médico precisa preenchê-lo, detalhando os sintomas apresentados e o tratamento que foi realizado no atleta.
O protocolo também determina que o jogador atingido na cabeça não poderá treinar e nem participar de partidas pelos próximos cinco dias. Durante este período, ele é constantemente reavaliado com a ajuda de exames computadorizados. O jogador só é liberado quando ele estiver 100% assintomático.
Quantas ocorrências no Brasileirão 2025
De acordo com a CBF, em 2025, 15 jogadores foram substituídos por concussão na Série A e 10 na Série B.
As etapas a serem seguidas no período de observação são:
- Etapa 1: Atividades de baixa demanda física fora de campo;
- Etapa 2: Atividade física individual de campo sem bola;
- Etapa 3: Atividade física individual de campo com bola;
- Etapa 4: Treinamento com bola em grupo, incorporado ao elenco de atletas.
Outros casos recentes no futebol brasileiro
Recentemente, aconteceram outros casos em que o protocolo de concussão teve que entrar em ação. Confira:
Gabriel Brazão
No último dia 14, em duelo do Brasileirão na Arena MRV, diante do Atlético-MG, o santista Gabriel Brazão levou uma forte pancada na cabeça que o fez desmaiar. O joelho do volante Igor Gomes acertou a testa do goleiro durante disputa de bola cruzada.
Inicialmente, o atleta passou pelos testes feitos pelos médicos santistas e continuou na partida. No entanto, minutos depois, ele começou a se sentir tonto e caiu no gramado, tendo que ser substituído e levado de ambulância para o hospital.
No centro médico, Gabriel Brazão passou por exames mais detalhados e foi liberado no mesmo dia, horas mais tarde.
Chris Ramos
Na Copa do Brasil, em São Januário, em 27 de agosto, o atacante Chris Ramos, do Botafogo, se envolveu em uma forte trombada com o goleiro do Vasco, Léo Jardim, e teve que ser atendido.
Após não passar no teste, o espanhol foi lucidamente caminhando para a ambulância, que o levou diretamente ao hospital.
Alisson Becker
Em março deste ano, em jogo com a Colômbia no Mané Garrincha, em Brasília, pelas Eliminatórias da Copa, o goleiro Alisson se chocou com o zagueiro Davinson Sánchez. Apenas o colombiano ficou desacordado, no entanto os dois atletas entraram no protocolo de concussão e foram substituídos. Posteriormente, Alisson foi cortado da Data Fifa.