Arrascaeta comemora gol sobre o Grêmio, seu 12º no Brasileirão
Adriano Fontes/Flamengo
Arrascaeta comemora gol sobre o Grêmio, seu 12º no Brasileirão

Já são quase sete anos de Flamengo  em uma trajetória de muito sucesso. Não foi do acaso que Giorgian De Arrascaeta se tornou, junto com Bruno Henrique, recordista de títulos da história do clube (15).

O meia passou por uma fase de certa inconstância, principalmente na parte física, nas duas últimas temporadas. Mas a camisa 10 parece ter feito bem a ele, que vive um 2025 espetacular até o momento.

O nível de atuação neste ano pode ser traduzido nos números. E o poder de decisão é o que chama mais se destaca: faltando mais de três meses para o fim da temporada, está a um gol de igualar a mais artilheira pelo rubro-negro. Este é apenas um dos motivos que reacenderam o debate em relação ao auge do uruguaio pelo clube.

Apesar de sempre alcançar estatísticas expressivas — sempre conseguiu o “duplo-duplo” (pelo menos dez gols e dez assistências em uma só temporada) — Arrascaeta teve os momentos de maior destaque. Os anos em que conquistou dois títulos de expressão, 2019 e 2022, são os melhores. 

Números de Arrascaeta pelo Flamengo

  • 2025 - 18G e 13A (31 participações em gol)
  • 2024 - 10G e 10A (20 participações em gol)
  • 2023 - 11G e 13A (24 participações em gol)
  • 2022 - 13G e 19A (32 participações em gol)
  • 2021 - 9G e 14A (25 participações em gol)
  • 2020 - 12G e 14A (26 participações em gol)
  • 2019 - 18G e 19A (37 participações em gol)

Destaque em equipes bem treinadas

Não é apenas uma coincidência. O debate sobre o auge do uruguaio está entre as temporadas que o Flamengo tinha os coletivos mais fortes. Desde que ele embarcou no Ninho do Urubu, ele já foi comandado por 11 treinadores. Mas apenas três desses conseguiram emplacar trabalhos realmente convincentes: Jorge Jesus (2019), Dorival Jr (2022) e Filipe Luís (atual). 

Arrascaeta se mostra um jogador bastante versátil quando analisadas as diferentes funções que exerceu com cada técnico. Jesus o utilizou como um meia aberto, partindo com a bola da esquerda para dentro. Já Dorival, deixou ele como a ponta de cima de um losango. No entanto, a mudança mais significativa veio do atual comandante.

Seu companheiro de equipe durante quatro anos e meio, Filipe Luís sabe bem do que o camisa 10 pode entregar. O atual técnico rubro-negro queria aproveitar do poder de fogo do craque. Por isso o posicionou mais próximo ao gol adversário, transformando o meia numa espécie de "falso 9”. E o efeito positivo da mudança se provou em campo.

“Não existe ninguém insubstituível, agora, estamos falando do que é, provavelmente, do lado do Kaio Jorge esse ano, o melhor jogador do Brasil, que é o Arrascaeta. Estamos falando de um craque, diferenciado, que temos que tentar tirar o máximo de rendimento dele e deixar ele sempre fresco para performar da forma que está performando", opinou Filipe após a classificação sobre o Internacional na Libertadores.

Papel de liderança

Arrascaeta nunca transparece ser uma pessoa muito chamativa. Inclusive o ex-companheiro de Cruzeiro, Thiago Neves, chegou a falar que sua timidez poderia atrapalhá-lo no Flamengo. Apesar de não ser visto como uma das lideranças do elenco nestes quase sete anos, o meia foi assumindo aos poucos este papel de maneira silenciosa.

Sempre considerado uma referência técnica para os companheiros, ele se viu na necessidade de assumir este outro lado do protagonismo. Com as saídas de nomes como Diego Alves e Diego Ribas (2022),  Filipe Luís (2023), Gabigol (2024) e Gerson (2025), a braçadeira de capitão ficou no encargo dos dois com mais tempo de casa.

A postura de Arrascaeta após a faixa ficar à disposição foi o que mais chamou a atenção: deixou Bruno Henrique ser o titular. Atitude que demonstrou maturidade e o comprometimento com o coletivo.

"E a braçadeira. Nós tivemos uma reunião depois que o Gerson saiu, e o Filipe veio me perguntar se seria eu ou o Bruno o primeiro capitão. E eu falei que para mim não fazia diferença, porque eu sei a classe de pessoa e a classe de amigo que tenho ao meu lado por Bruno", comentou.

Protagonismo na seleção

O camisa 10 rubro-negro já é um velho conhecido na seleção uruguaia, tendo participado de duas Copas do Mundo (2018 e 2022). Apesar de convocado desde os tempos de Cruzeiro, seu nome só passou a se tornar constante nas listas a partir da segunda metade de 2021.

Arrascaeta sempre esteve longe de ser uma unanimidade atuando pelo país, entretanto, vive o melhor momento com a celeste atualmente. Se tornou titular absoluto e foi até elogiado pelo treinador do Uruguai, Marcelo Bielsa :

“Sobre o Arrascaeta, gostaria de fazer um reconhecimento especial às comissões técnica e médica do Flamengo, que fizeram do Arrascaeta um jogador diferente nesta temporada daquele que eu conheci inicialmente.” 

O debate em relação ao auge do craque no rubro-negro ainda precisa de uma (ou mais) peças no quebra-cabeça: o desfecho da atual temporada. Arrascaeta tenta repetir o final feliz de 2019, com os títulos do Brasileiro e Libertadores. 


O próximo desafio desta missão é pelo torneio nacional, contra o Juventude, neste domingo (14), às 16h, no estádio Alfredo Jaconi. Poupado do último duelo da seleção, o camisa 10 tem tudo para iniciar a partida em campo.  [ATUALIZAÇÃO: O Flamengo venceu por 2 a 0, com um gol de Arrascaeta.]


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