Foram apenas três partidas no comando do Brasil . Mesmo assim, Carlo Ancelotti já parece estar adaptado à nova fase da carreira. Nem a eminente preocupação com a altitude 4.070m do próximo desafio tirou o sorriso do rosto do treinador na coletiva antes do duelo contra a Bolívia, que acontece nesta terça-feira (9), às 20h30 (horário de Brasília), no estádio Municipal El Alto, pela última rodada das Eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2026.
A postura do italiano, conhecido pelo semblante sério, indica que o ambiente está leve na amarelinha: tirou boas risadas de quem estava presente na coletiva na brincadeira com o português da jornalista japonesa Kiyomi Nakamura e não perdoou nem Rodrigo Caetano, ao falar que diretor executivo da seleção masculina era “muito ruim” dentro de campo.
A vitória de 3 a 0 sobre o Chile trouxe um certo alívio para o ambiente na Granja Comary. Ancelotti afirmou que "tudo está perfeito” no centro de treinamentos, mas também não deixou de largar elogios aos profissionais da CBF:
“Quando eu cheguei aqui, encontrei uma seleção muito bem organizada, com profissionais muito sérios e muito competentes. Eu acho que isso foi o trabalho do Rodrigo, que tem tempo que está com a seleção. A CBF está muito bem organizada a nível técnico e profissional. A chegada de um presidente jovem como o Samir também nos ajuda a ter um ambiente muito saudável dentro do nosso local de trabalho."
Italiano está satisfeito com atitude dos jogadores
Não é somente no trabalho fora das quatro linhas que tem deixado o italiano satisfeito. Para ele, a atitude da equipe é o que mais chamou atenção nesta Data Fifa — a primeira em que pôde realizar um planejamento.
O pouco tempo sob comando da seleção faz Ancelotti ter que “correr contra o relógio”. O fator tático não é o único fator importante neste caso, já que o treinador também está em fase de conhecimento das peças que pode ter à disposição.
“O bom desta Data Fifa é que conheci novos jogadores. Gostei disso porque os novos ajudaram a equipe a jogar bem contra o Chile. Não conhecia Douglas Santos, fez uma grande partida. Gostei muito do Luiz Henrique quando entrou . O objetivo era ganhar o jogo e conhecer jogadores. O objetivo foi cumprido nesse sentido,” afirmou o técnico.
Altitude de 4 mil metros preocupa
Carlo Ancelotti se prepara para ter o primeiro gostinho das dificuldades que apenas o futebol sul-americano tem a oferecer. O confronto contra a Bolívia será o primeiro como treinador na temida altitude. Ele revelou que fez consultas a conhecidos no mundo do futebol para formular a melhor estratégia.
Para o italiano, o contexto da partida sugere que mudanças sejam feitas tanto na forma de atuar como na escolha pela escalação inicial. Bom para nomes pouco utilizados, até o momento, que devem ganhar uma chance no time titular. Mas esses terão que encarar o desafio físico de atuar nestas condições.
“A exigência que vamos ter é diferente no jogo ofensivo e defensivo. Tentar controlar os cruzamentos, os chutes de fora da área são aspectos importantes ao nível defensivo. Em nível ofensivo, entender que a bola viaja mais rápido que o normal. São coisas que temos que avaliar na estratégia,” revelou Ancelotti.
Provável escalação do Brasil
Alisson, Wesley, Fabrício Bruno, Alexsandro e Douglas Santos; Andrey Santos, Bruno Guimarães e Paquetá; Raphinha, Richarlison e Estêvão.
Encerrar Eliminatórias em alta
A curta trajetória do treinador à frente do Brasil terá o principal desafio pela frente até o momento. Apesar de não mudar em nada a situação da equipe nas eliminatórias, o último compromisso do torneio é importante em outros quesitos.
Ancelotti espera seguir subindo a confiança nos bastidores para que a seleção chegue à Copa de 2026 com a cabeça no lugar certo. A permanência da invencibilidade torna-se fundamental para isso. E o ciclo do próximo Mundial pode surpreendentemente terminar com a amarelinha em alta.