Após sofrer racismo de jornal espanhol, Igor Paixão se pronuncia

O veículo "AS", da Espanha, se referiu ao atacante como 'descendente de escravos' e gerou enorme revolta nas redes sociais

Foto: Reprodução
Igor Paixão

O atacante brasileiro do Feyenoord , Igor Paixão , se pronunciou nesta quarta-feira (29), após ser vítima de racismo . Igor foi chamado de 'descendente de escravo' pelo "AS" , um dos jornais mais tradicionais da imprensa espanhola e rebateu os ataques por meio de suas redes sociais. 

Veja uma galeria de fotos de Igor Paixão:

Foto: Reprodução / Instagram
Foto: Reprodução / Instagram
Foto: Reprodução / Instagram
Foto: Reprodução / Instagram
Foto: Reprodução / Instagram
Foto: Reprodução / Instagram
Foto: Reprodução / Instagram
Foto: Reprodução / Instagram
Foto: Reprodução / Instagram
Foto: Reprodução / Instagram

"Se somos descendentes de escravos, o somos porque fomos escravizados. Nos roubaram de nossas casas, de nossas famílias, de nosso livre arbítrio e de nossas vidas. Mas hoje não somos mais. Somos livres para pensar, falar e ser o que queremos, e isso ninguém irá roubar de nós", escreveu Igor. 

O "AS" estava apresentando o atacante, que é um dos principais jogadores do Feyenoord, antes da partida contra o Atlético de Madrid, pela Champions League. Após sofrer uma enxurrada de críticas nas redes sociais, o veículo editou a matéria, apagando a parte racista e excluindo a publicação das redes. 

Igor ainda seguiu em seu pronunciamento: "Eles (os racistas) sempre se disfarçam. Por meios de palavras elegantes, de dinheiro, de formas de se portar e até mesmo dos cargos que ocupam. Eles são sutis. Nem sempre deixam a mostra todo o preconceito que carregam por gerações e gerações. Eles são espertos. Porque na maioria das vezes se safam ao cometerem um dos mais hediondos crimes da história: o racismo". 

Confira a postagem completa feita pelo jogador:

Eles sempre se disfarçam. Por meios de palavras elegantes, de dinheiro, de formas de se portar e até mesmo dos cargos que ocupam.

Eles são sutis. Nem sempre deixam a mostra todo o preconceito que carregam por gerações e gerações.

Eles são espertos. Porque na maioria das vezes se safam ao cometerem um dos mais hediondos crimes da história: o racismo.

Mas nem sempre eles disfarçam, nem sempre são sutis e nem sempre são espertos. Às vezes são explícitos e descarados, resultado de anos e anos de impunidade. E esperam o momento certo para destilar o preconceito que carregam dentro de si.

Nesta semana, foi a vez do Jornal AS, do país onde joga meu companheiro de profissão, de vida e de cor, Vinicius Junior, que sofre diariamente com o ódio de quem simplesmente não aprendeu a superar um mal que jamais deveria ter existido, mas que há tanto tempo é criminoso.

Ao falar de minha trajetória, logo no título, o racismo "não-tão-velado": o descendente de escravos.

Fosse por minha realidade humilde, a mesma de muitos dos meus companheiros. Fosse por minha cor, a mesma de grande parte do mundo. Fosse por minha forma de ser ou a "ameaça" que trago a eles. Fosse pelo que fosse, só há uma palavra para descrever isso: racismo.

Se somos descendentes de escravos, o somos porque fomos escravizados. Nos roubaram de nossas casas, de nossas famílias, de nosso livre arbítrio e de nossas vidas. Mas hoje não somos mais.

Somos livres para pensar, falar e ser o que queremos, e isso ninguém irá roubar de nós.

Sutis, como são, dirão que "entendi errado o contexto", e irão disfarçar "tirando o texto do ar", e de forma esperta continuarão fazendo, com outros, e me tornarão um alvo.

Mas tudo bem. Porque juntos somos mais fortes. Sempre seremos mais fortes. E nunca, nunca mais, caminharemos sozinhos.  Racistas jamais passarão.

Veja mais novidades sobre o mundo da bola e todos os esportes no Brasil e no mundo  acompanhando nosso site.