Ex-presidente do Barcelona sobre prisão: 'Entendi porque dão vaselina'

Dirigente, que contratou Neymar para ao time catalão, alega que presenciou facada

Sandro Rosell
Foto: Miguel Ruiz/Barcelona
Sandro Rosell

Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona, abriu o jogo sobre o período de 645 dias que ficou em prisão preventiva por um crime de lavagem de dinheiro do qual foi posteriormente absolvido.

Em entrevista ao jornalista Risto Mejide, o dirigente, responsável por contratar Neymar para o Barcelona quando era jogador do Santos, contou algumas experiências ruins que passou enquanto estava preso, entre elas, as ameaças de agressão.

"Eles (alguns presos) me ameaçaram algumas vezes, mas meus companheiros de cela imediatamente vieram em minha defesa. Eles iam me bater. Uma por ser presidente do Barcelona e outro por ser catalão. Um me disse que eu faria tudo o que ele pedisse ou me mataria, mas os meus colegas apareceram e o impediram", disse.

Durante os quase dois anos de prisão, Sandro Rosell também presenciou inúmeras brigas e até uma facada: "Um preso enfiou um pedaço de pau no outro porque lhe devia uma Coca-Cola", apontou.

Sobre a vida na cadeia, ele revela que podia ver a família duas vezes por mês, que "o tabaco é a moeda de troca" e que "a prisão é cinza e um pouco velha, mas ao mesmo tempo você descobre muita humanidade". 

"É um contraste constante de emoções, de cores, de tristeza. Sempre tentei ser muito cerebral, não me lembrava de ter chorado em toda a minha vida e aí chorei várias vezes, depois me senti melhor", apontou.

Por fim, ele abordou outro tema polêmico, o sexo na prisão. Ao ser questionado por Risto Mejide, o ex-presidente mostrou sinceridade sobre o assunto.

"Sim (descobri porque te dão preservativos e vaselina). Tem muita relação homossexual na cadeia, mas até de gente que não é homossexual", explicou o ex-presidente culé.

Rosell era acusado de cobrar taxas irregulares na venda de direitos televisivos de jogos da seleção brasileira na época em que era dono da Alianto Marketing, antes de ser presidente do Barcelona.

O dirigente foi detido em maio de 2017, quando o Supremo Tribunal da Espanha expediu uma ordem de prisão, e ganhou liberdade condicional sem fiança em fevereiro de 2019. Em abril do mesmo ano, ele foi absolvido após ter 13 pedidos de liberdade condicional negados.