Mensagens de Whatsapp revelam estado de Maradona pouco antes de sua morte

Imprensa argentina teve acesso a conversas de um grupo no aplicativo, envolvendo médicos e enfermeiros

Foto: Reprodução
Maradona

Em meio aos desdobramentos das investigações sobre a morte de Diego Maradona , em novembro, um novo relato sobre os últimos dias do ídolo argentino foi divulgado pela imprensa do país. A agência de notícias Télam teve acesso a registros de um grupo de Whatsapp com médicos e enfermeiros que cuidavam de Diego, no qual relatam o dia a dia.


De acordo com a troca de mensagens , o jogador passou por episódios envolvendo vômitos, falta de apetite, variações de humor e dificuldades em lidar com a equipe médica ao longo do mês de novembro.

No dia 13 de novembro, a equipe conversava sobre um edema no pé direito de Diego. No mesmo dia, o ex-jogador teria passado mal após ingerir camarão.

"Diego tem um edema no pé direito. Me pergunto se há um remédio para desinflamar. Acabou de jantar e foi ao banheiro vomitar", diz o enfermeiro Ricardo Almirón. A Dra. Nancy recomenda que se acione a emergência para avaliar o caso, posição reiterada pelo Dr. Pedro, que receita o medicamento Reliveran em gotas e pergunta o que o ex-jogador comeu.

"Comeu brócolis com camarões. Diego não quer que venha uma ambulância. Se nega à vinda de médicos. Reliveran não temos, mas já mandei comprar", diz Almirón.

Mau humor e temor no dia da morte
No dia 19, Almirón relata dificuldades em lidar com o paciente. "Ontem esteve de mau humor. Durante a tarde, recusou a atenção de médicos, enfermeiros e nutricionistas, bem como de Luque, seu médico pessoal. Não quis encontrar suas filhas e descansou durante a tarde e à noite", escreve. Depois do episódio, Diego voltou a apresentar bom humor, mas alegou falta de apetite. Ele foi medicado e teve os sinais vitais aferidos, segundo o enfermeiro.

As preocupações começaram a aparecer no dia 24, véspera da morte , quando o craque voltou a apresentar falta de apetite. Na manhã do dia seguinte, o Dr. Pedro certifica a situação. "O paciente continua em repouso, bem. A ingestão de sólidos foi recusada, boa ingestão de líquidos".

Por volta do meio-dia do dia seguinte, a Dra Nancy alerta que há uma ambulância em código vermelho indo à casa do jogador. Questionada pelo Dr. Pedro, ela responde:

"Parece que estão o reanimando. Não tenho mais informações".

Investigações
A última mensagem obtida pela agência é da enfermeira Dahiana Madrid, no dia seguinte ao falecimento de Maradona. Ela pede desculpas e diz que ajudou nas tentativas de ressuscitação de Diego. "Intervi desde o início com ressuscitação cardiopulmonar e colaborei com tudo até o final. Constatou-se o óbito", relata ela.

A polícia argentina investiga a morte de Maradona por suspeita de homicídio culposo. Ricardo Almirón e Dahiana estão entre os investigados, bem como o psicólogo Carlos Díaz, o médico Leopoldo Luque e a psiquiatra Augustina Cosachov.