Jogador do Barcelona-EQU relata caos: "Pessoas morrem nas ruas"

Bruno Piñatares, meia uruguaio do clube, diz que há demora em recolher os corpos nas ruas em função do sistema de saúde precário no Equador

Pessoas estão morrendo sozinhas e cadáveres são encontrados na rua e dentro de casas
Foto: Reprodução
Pessoas estão morrendo sozinhas e cadáveres são encontrados na rua e dentro de casas

Bruno Piñatares é um meia uruguaio que sempre quis jogar fora de seu país. Ele já atuou em clubes da Austrália e na Portuguesa, no Brasil, e aos 29 anos é volante do Barcelona de Guayaquil, a maior equipe de sua carreia até então. O que Bruno não imaginou ao se mudar para o Equador foi o caos causado pela Covid-19.

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No país com o sistema de saúde extremamente precário, o jogador afirma que as ambulâncias precisam escolher entre salvar os doentes ou recolher os corpos :

— Os vídeos que circulam dessas áreas são muito fortes e chocantes. Pessoas morrem nas ruas e levam tempo para coletar os corpos. É uma consequência da saúde pública sendo sobrecarregada. Não há leitos ou testes suficiente, assim como em outros países.

Guayaquil já tem quase 3.000 casos confirmados de coronavírus, muitos mortos e as autoridades estão removendo cadáveres das ruas. O futebol está suspenso no país desde o dia 14 de março.

— Estou em casa eu só saio se for necessário. Fiz isso apenas duas vezes nos 17 dias em que estivemos em quarentena. Encomendamos no supermercado, lavamos tudo o que entra e cozinhamos em casa — disse Bruno ao jornal Uruguaio Ovación.

Ele mora com a esposa Valentina e o pequeno Benjamin de oito meses. Ele disse que o isolamento social está sendo respeitado no seu bairro, mas a polícia está autorizada a fichar quem não o fizer. Diferentemente do que acontece em outras regiões da capital, em que se tornou difícil controlar a circulação de pessoas.