O brasileiro Serginho se manifestou pela primeira vez, nesta quinta-feira (21), sobre o ato de racismo que sofreu durante partida do Jorge Wilstermann, seu clube, contra o Blooming, na Bolívia.
Leia também: Presidente do Blooming pede suspensão de brasileiro vítima de racismo na Bolívia
O atacante revelou que o trauma se estendeu até seus filhos, que assistiram o pai sendo vítima de racismo e choraram. Segundo Serginho , a vontade de sua família, no momento, é de deixar o país.
“Minha família em casa, meus filhos, só conseguiam chorar o tempo todo. Tenho um filho de 11 anos e uma filha de 10 que só choravam porque estavam assistindo a partida e sabiam o que estava acontecendo. Quando afeta ao homem nós suportamos, mas quando afeta a nossa família é algo a se repensar (sobre permanência). Eu falei com o corpo diretivo e a verdade é que a minha família quer ir embora da Bolívia
, não quer mais ficar”, disse o brasileiro.
"DIOS PERDONA A TODOS LOS QUE HICIERON ESO CONMIGO" DICE SERGINHO
— Liniker Loza (@lozaliniker) 21 de março de 2019
Serginho de #Wilstermann habló sobre lo sucedido en Santa Cruz, cuenta el jugador que los hinchas de #Blooming le gritaban "macaco", "volvé a tu selva", pide que haya un precedente en contra del #racismo . pic.twitter.com/zVf5GvqNyD
Leia também: Brasileiro é alvo de racismo na Rússia: "é ridículo pessoas de cor na seleção"
O camisa 10 do Jorge Wilstermann revelou também que nunca havia passado por algo do tipo, e que tentou ao máximo suportar as ofensas.
“Me chamaram de macaco, que tinha de voltar para a selva. Eu tenho família, filhos. A verdade é que nós suportamos muitas coisas. Eu suportei até onde consegui suportar, pois isso não é algo do futebol. Todos somos iguais, não sou diferente por minha cor de pele ou ser brasileiro. Temos apenas uma raça que é a raça humana. Eu nunca na minha vida tinha passado por isso.
📽 [Vídeo] Serginho se retira de la cancha por insultos racistas pic.twitter.com/TPz6ZpF5OV
— Juan Pasten (@juanpasten2010) 18 de março de 2019
Por fim, Serginho declarou que, por gratidão ao apoio recebido tanto pela diretoria, quanto pela torcida e colegas de time, permanecerá no Jorge Willsterman.
Leia também: Ex-goleiro Jefferson revela ter sido barrado da seleção brasileira por ser negro
“Eu não tenho nada a esconder, eu vou ficar porque amo esse clube. Não tenho que fazer média com ninguém. Desde quando cheguei aqui, o clube, a torcida, meus companheiros sempre me apoiaram, nunca me abandonaram em nenhum momento. Desde quando aconteceu o episódio em 2016 com o Blooming e depois contra o Destroyers eles nunca me abandonaram. Então não será por isso que irei embora”, finalizou o atleta brasileiro vítima de racismo .