Técnico novamente substitui Luxemburgo após demissão por atrito com estrela do elenco. Relembre as passagens do 'Papai' pela Gávea
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Em 2012, Joel não encontrará o clube em situação crítica, como aconteceu em diversas vezes que foi convocado a voltar ao Flamengo. Melhor ainda, terá a chance de apagar uma mancha em seu currículo, o vexame de 2008 na eliminação da Libertadores diante do América do México, com Maracanã lotado e podendo perder por até 2 a 0, no que deveria ser sua "festa" de despedida rumo a uma proposta milionária do futebol japonês.
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Querido pelos jogadores, o treinador tem aprovação do elenco, especialmente da estrela da companhia, Ronaldinho Gaúcho. A má relação do camisa 10 com Luxemburgo, aliada à pressão feita por seu irmão e empresário, Assis, junto à diretoria, foi um dos principais fatores que levaram à troca de comando no futebol. Embora Patrícia Amorim negue, Ronaldinho tem em mãos um poder incomum no clube.
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Principal emblema da gestão atual, sabe que, em ano de eleição, sua saída seria um duro e talvez irreversível golpe nas pretensões de novo mandato de Amorim no Flamengo. Este fato, aliado aos R$ 3,75 milhões em direitos de imagem atrasados que tem a receber, lhe deram, por exemplo, a força para minar a permanência de Luxemburgo, seu desafeto, através de Assis. Amorim afirmou que "são duas marcas do futebol com gênios diferentes e o desgaste foi acontecendo ao longo do tempo", ao explicar a saída do treinador na quinta-feira.
A primeira vez que Joel Santana assumiu o Flamengo foi em 1996. No ano anterior, surpreendeu ao levar o Fluminense de Renato Gaúcho, já em idade avançada, ao título estadual conquistado sobre o Flamengo de Romário, no auge, com o gol de barriga do centroavante tricolor. Durante a temporada de 95, Vanderlei Luxemburgo acabou entrando em atrito com o "Baixinho", mas se viu sem força no duelo com o craque que, em 1994, fora eleito o melhor jogador da Copa do Mundo que deu o tetracampeonato ao Brasil. Logo no início de 96, Joel conquistou seu primeiro título no clube, o Estadual, de forma invicta.
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O técnico que ainda teria uma passagem discreta pela Gávea em 1998, durando apenas seis meses, caiu de vez nas graças da torcida do Flamengo em 2005. Com o time em situação crítica no Campeonato Brasileiro, Joel Santana assumiu o comando com status de salvador e conseguiu um feito que muitos julgavam impossível: em nove jogos, teve seis vitórias e três empates, livrando o clube do rebaixamento para a Série B. Terminada a competição, se transferiu para o Vegalta Sendai, do Japão.
Joel voltaria à Gávea em 2007, também na disputa do Brasileiro, mas em situação menos desesperadora do que na passagem anterior e 26 jogos para melhorar o desempenho da equipe que novamente amargava a zona de rebaixamento. Mais uma vez, conseguiu e levou o time para a outra ponta da tabela, obtendo a classificação para a Libertadores de 2008.
Após terminar a fase de grupos da competição sul-americana com a segunda melhor campanha geral, conquistou o Estadual e foi indicado por Carlos Alberto Parreira para assumir a seleção sul-africana que se preparava para a Copa do Mundo de 2010. Aceitou o convite e marcou data para despedida: deixaria a Gávea após disputar as oitavas de final da Libertadores. A primeira partida contra o América do México terminou 4 a 2 para os rubro-negros que, no Maracanã, poderiam até perder por 2 a 0 que ainda assim avançariam às quartas de final.
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O clima de festa tomou conta da Gávea. Com churrasco de comemoração marcado e até pagodeiro na concentração, o Flamengo foi ao Maracanã para uma grande celebração na despedida do "Papai", que foi homenageado antes da partida. Mas a bola pune. Em meio ao oba-oba, o América do México, e do paraguaio Cabañas, colocou o Flamengo na roda, venceu por 3 a 0 e transformou a festa em tragédia, em partida que ficou marcada como um dos maiores vexames da história do clube.
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Em 2010, após a demissão do técnico campeão brasileiro Andrade, ao lado do vice de futebol Marcos Braz, Joel voltou a entrar em pauta no Flamengo. Nome preferido de Patrícia Amorim e agenciado por Léo Rabello, amigo da presidente e um dos principais articuladores de sua campanha à presidência, ele disse "não" ao clube, preferindo dar sequência ao trabalho que fazia no Botafogo. Na última quinta-feira, o vice de finanças Michel Levy e Rabello se reuniram e acertaram o retorno do treinador à Gávea. Curiosamente, no mesmo momento em que Patrícia Amorim oficializava a demissão de Vanderlei Luxemburgo, Joel anunciava sua saída do Bahia. O "Papai" voltou.
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