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Juventus: Justiça suspende votação de expulsão de conselheiro

Decisão atendeu pedido de Ivan Antipov e impediu reunião marcada para esta segunda-feira (27)

Ivan Antipov (à esquerda) entrou com recurso para barrar reunião extraordinária
Foto: Reprodução
Ivan Antipov (à esquerda) entrou com recurso para barrar reunião extraordinária

A Justiça de São Paulo suspendeu, no último sábado (26), a Assembleia Geral Extraordinária do Clube Atlético Juventus, marcada para esta segunda-feira (27), às 18h30.

A decisão, à qual o iG Esporte teve acesso com exclusividade, foi proferida pela desembargadora Daise Fajardo Nogueira Jacot, do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), em regime de plantão judicial.

A reunião tinha como pauta a apreciação de uma sindicância que poderia resultar na expulsão de Ivan Antipov, conselheiro vitalício e ex-presidente do Conselho Deliberativo.

No despacho, a magistrada considerou que a realização da assembleia representava risco ao resultado útil do processo, pois o colegiado poderia deliberar sobre a exclusão do conselheiro antes da análise do mérito do recurso.

“Assim, presentes os requisitos legais, defiro o pedido de tutela de urgência recursal para suspender a realização da Assembleia Geral Extraordinária designada para o dia 27 de outubro de 2025, às 18h30min, ao menos até o julgamento do Recurso ou de eventual revisão desta decisão pelo E. Relator Sorteado” , escreveu a desembargadora.

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A decisão foi tomada em resposta a um agravo de instrumento apresentado pela defesa de Ivan Antipov, que questionava a convocação da assembleia e o andamento da sindicância interna.

Os advogados Ricardo Sayeg, Paulo Feuz, Márcio Sayeg, Rodrigo Sayeg e Murilo Cimino, que representam Antipov, argumentaram que o processo foi conduzido sem acesso aos documentos necessários para o exercício de defesa.

No recurso, Antipov afirmou ser alvo de perseguição política por parte da atual gestão do clube e alegou irregularidades na condução do procedimento que poderia resultar em sua expulsão.

A magistrada entendeu que a suspensão da assembleia era suficiente para afastar o risco de dano irreparável ou de difícil reparação, conferindo “força de ofício” ao despacho, o que permite que a decisão seja apresentada diretamente aos responsáveis pelo clube.



O processo será encaminhado ao relator sorteado assim que o expediente forense for retomado. O(a) magistrado(a) decidirá se mantém ou revoga a liminar concedida no plantão judicial.

Investigação no Juventus da Mooca

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Foto: Site do Juventus da Mooca
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A decisão ocorre em meio a uma investigação policial que envolve ex-dirigentes do Juventus da Mooca.

A Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito para apurar suspeitas de apropriação indébita majorada, estelionato e associação criminosa.

A suspensão da assembleia ocorre em meio a um clima de tensão no tradicional clube da Mooca, fundado em 1924. Conselheiros apontam que o episódio evidencia a divisão entre grupos políticos dentro do Juventus.

Com a liminar, o clube está proibido de realizar a reunião marcada para esta segunda-feira, até que o Tribunal de Justiça decida se houve irregularidades no processo disciplinar.