Neymar retorna ao futebol brasileiro após passar 12 anos no exterior. O meia-atacante rescindiu com o Al-Hilal, da Arábia Saudita, e assinou um contrato de seis meses com o Santos, mas com a possibilidade de estender o vínculo por mais tempo.
É fato que o retorno do craque é algo positivo ao Peixo e ao futebol brasileiro, mas por conta de lesões nos últimos anos, Neymar está cercado de questionamentos sobre a sua condição física e avaliabilidade dentro de campo.
A pedido do iG Esporte, jornalistas, ex-jogadores e comentaristas deram sua opinião sobre o assunto.
Veja abaixo:
Ivan Moré, apresentador, sobre o Neymar que iremos encontrar em 2025:
“Eu espero um Neymar mais humilde, mais centrado, menos pop star e mais dedicado à família, aos treinamentos e à recuperação física. O Neymar está há muito tempo sem jogar bola, eu acredito que o fato de ele estar sem ritmo e ter pegado peso, engordado, é normal, mas o talento do Neymar é inquestionável. Então eu acredito muito que esse ano de 2025 surja um Neymar comprometido, entregue, profissional, dedicado aos treinos dentro de campo e com uma imagem muito mais consolidada como jogador do que como celebridade”.
“Eu vou fazer uma analogia do Neymar ao Ronaldo. O Ronaldo que ele fazia no início da carreira, lá em 95, 96, 96 a 2002, o auge da carreira dele. Ele não fez no Corinthians, porque são outros tempos, outro momento. Então não se espere o mesmo Neymar com a mesma agilidade, rapidez e predisposição física que ele tinha quando tinha 18, 19 anos. Isso é um fato. Isso não vai rolar. Agora, eu acredito que o Neymar é o sucessor do Pelé em relação à técnica e tática. Ele é um monstro. Eu espero que o Neymar, se estiver comprometido definitivamente com esse objetivo de ser um jogador diferente, que esqueça um pouco das festas, que esqueça um pouquinho dos holofotes, eu acredito que o Neymar vai ser uma grande movimentação no futebol brasileiro e não dá para duvidar de um jogador desse”.
Zé Elias, ex-jogador e atualmente comentarista, sobre o carinho que Neymar terá no Peixe:
“O retorno do Neymar ao Santos, profissionalmente, para ele é um retorno para casa para tentar se recuperar, porque nos últimos anos, infelizmente, o Neymar não conseguiu jogar. E com as declarações do Jorge Jesus é uma oportunidade que ele tem para voltar para casa, receber o carinho, a atenção das pessoas que ele conviveu, do clube que ele foi lançado, então tem sempre um carinho a mais, a cidade de Santos vai acolhê-lo da melhor forma possível, e acho que o momento é o certo, porque é o casamento perfeito”.
“Ele (Neymar) impacta mais em termos de visibilidade em relação ao mercado interno. Ao mercado externo, não sei se a visibilidade seria a mesma por conta do momento atual da carreira do Neymar. Tem gente que pode pensar que ele volta para se restabelecer no mercado, se recuperar no futebol e tem gente que acha que a carreira dele poderia estar chegando no final pela volta ao Brasil”.
Robert, ex-Santos e atual comentarista, sobre a questão física de Neymar:
“Cara, claro que o ligamento cruzado quando é refeito, você volta diferente, né? Não volta o mesmo. Eu já vivi isso. Eu sei o que é isso. Você perde 25% da sua força, do arranque, mas você conseguindo ter uma preparação adequada, uma dedicação na musculação e na fisioterapia, na fisiologia também, né? Para você ajustar, equilibrar a força da perna, do músculo do joelho... O Santos é o melhor lugar para ele se preparar, na minha opinião, uma dos melhores equipes de fisiologia e de fisioterapia do mundo... E claro vai depender do Neymar sempre estar pegando firme. Com certeza é um retorno impactante para o Santos Futebol Clube como instituição, impactante sob todos os aspectos, mídia, marketing, interesse de empresas, um patrocínio dol clube, número de sócios subindo a cada minuto, isso é gigantesco”.
Taynah Espinoza, apresentadora e comentarista, sobre a diferença na relação com Neymar, 12 anos depois:
“Eu acho que nessa segunda passagem pode ter o mesmo efeito de cortar o cabelo igual, de muita gente querer ter a camisa do Santos, de muita gente assistir jogos do Santos que não assistiria em outro momento, enfim, acho que vai ter esse mesmo efeito, mas também é verdade que vai ter uma questão de maior cobrança do que na primeira passagem do Neymar. A primeira passagem era uma cobrança num geral das pessoas, por mais minutos e pela presença do Neymar na Seleção Brasileira, por exemplo, na Copa de 2010, né? Pouca cobrança se fazia ao Neymar naquela oportunidade no extracampo”.
“Eu sinceramente não espero um comportamento muito diferente do Neymar no todo. Eu acho que o Neymar foi muito atrapalhado nesses últimos tempos por conta das lesões e aí acho que sim tem algum questionamento em relação ao comportamento dele no tratamento dessas lesões de repente. Ainda acho que vai ser um Neymar, como foi em boa parte da vida, que aproveitou muito a vida, que soube fazer as suas festas, as suas viagens, enfim… Mas também foi um Neymar atleta, um Neymar que conseguia estar disponível, acho que os últimos anos é que são de um Neymar menos disponível. E enquanto ele não teve lesões, a gente pouco questionou esse extracampo. Quando as lesões chegaram, é que esse extracampo passou a ser questionado”.
Alexandre Praetzel, jornalista esportivo, sobre o Brasil que Neymar vai encontrar 12 anos depois de sua saída:
"Claro que muita coisa mudou, não dá para comparar com o nível do futebol europeu que ele viveu, mas dá para comparar com o futebol árabe, que tem uma intensidade bem menor que o futebol brasileiro, apesar de ter vários jogadores famosos. Aqui ele vai sobrar porque tecnicamente ele é melhor que todos. Agora vamos supor que no Campeonato Paulista tivesse Santos e Mirassol, como já temos, ele vai ser bem marcado. As coisas mudaram, os times menores evoluíram, os médios também, então a competitividade vai ser grande, a intensidade é forte e no caso dele não estar bem fisicamente, talvez ele tenha um pouco de dificuldade durante as partidas.
"Agora é o que eu repito, tecnicamente ele sobra e se tiver uma boa parceria e um time dos Santos mais qualificado, ele tem toda a condição de, ou em cinco meses, ou em um ano e meio, dependendo do prazo que ele assinar o contrato, de conseguir recuperar a sua forma física e técnica, sendo bem tratado, tendo carinho da torcida, sendo meio que um dono da cidade, fazendo o que bem entende no Santos, já que ele vai ser muito maior do que o Santos, maior que eu digo no time atual, então ele pode se dar bem".
"Eu acho que o Neymar tem que jogar no meio, por exemplo, se pegar o Santos de hoje, dá para escalar com Pituca e Neymar, Soteldo, Guilherme e o Gabriel Verón que tá chegando. É possível, é um ataque de muita qualidade, um time aberto. E sem segurar a bola como ele segurava na Europa, acho que muitas das lesões que ele teve foi por travar demais o jogo pela qualidade técnica que ele tem, aí isso era encarado meio que com uma provocação pelos adversários. Então eu acho que aqui no Brasil, jogando de meia e com um ataque forte que o Santos pode ter, rápido e veloz, eu imagino que ele consiga ser um protagonista, sendo, vamos lá, o número 10 do Santos, sem dúvida nenhuma".
Igor Rodrigues, ex-Sport TV e atualmente na Cazé TV, sobre a repercussão que Neymar traz ao futebol brasileiro:
“O Neymar tem uma capacidade gigante de causar esse efeito por onde passa, é um impacto muito grande ter o Neymar. Ainda mais no futebol brasileiro com a camisa do Santos. Eu vejo hoje em dia não só crianças, não só a galera mais jovem, mas a galera da geração do Neymar. Eu acho muito difícil que alguém vai torcer contra o Santos na temporada, a não ser os rivais diretos, e até eles eu acho que vão olhar um pouquinho mais, porque o Neymar causa isso. É um jogador acima de clube, ele furou a bolha. Então vamos esperar que vai ser mais uma horda de crianças imitando o Neymar, da geração mais velha, voltando a acompanhar o futebol brasileiro com mais vontade, que está muito carente de ídolo”.
“Neymar vem (para o Brasil) encontrar essa alegria de jogar futebol. O Neymar ama jogar futebol e com certeza ama jogar futebol com a camisa do Santos. Então não teria um lugar melhor para ele se reconectar com isso. Isso se perdeu um pouco durante as últimas escolhas que ele fez, até pela condição física dele. O Neymar ficou fora de campo. Não é que ele não jogou, ele não pôde jogar por causa das lesões. Então eu acho que ele volta para buscar esse carinho da torcida. Se ele tiver saúde para jogar e com esse carinho que o torcedor do Santos tem e ele tem pelo Santos, eu acho que é uma combinação perfeita.”
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