Morte
Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, o melhor jogador de futebol de todos os tempos, morreu após dura batalha contra um câncer.
O ex-jogador faleceu aos 82 anos, após luta contra o câncer
Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, o melhor jogador de futebol de todos os tempos, morreu após dura batalha contra um câncer.
Dentro de campo, as façanhas de Pelé são conhecidas: Foram 1.281 gols em 1.363 partidas, se sagrou tricampeão do mundo pela seleção brasileira e bi pelo Santos, conquistou dez vezes o Campeonato Paulista, foi eleito o Atleta do Século 20 e recebeu centenas de honrarias individuais.
O Rei, porém, transcendeu os campos e atingiu a cultura popular brasileira e mundial. Ele foi ator, cantor, namorador, inspirou obra de arte, ganhou o status de cavaleiro da rainha da Inglaterra e até teve sua voz usada como despertador! Relembra 11 episódios da carreira de Pelé como personalidade global.
O ex-jogador se aventurou no cinema em diversas oportunidades e não foi só com pequenas participações. Além dos documentários “Isto é Pelé” e “Pelé Eterno”, atuou ao lado de Didi, Dedé, Mussum e Zacarias no filme “Os Trapalhões e o Rei do Futebol”, com Raul Cortez e Paulo Goulart na produção “Os trombadinhas” (também conhecido como “Pelé contra o crime”) e contracenou com Sylvester Stallone e Michael Caine no hollywoodiano “Fuga para a vitória” - ele interpretou um goleiro chamado Luis Fernandez.
Além da vasta carreira cinematográfica, Pelé também atuou na TV. Além de participações em séries (como "Sai de Baixo" e "A Família Trapo"), o Rei foi protagonista da novela “Os Estranhos”, de 1969, na extinta TV Excelsior. Na trama, Pelé vivia Plínio Pompeu, que faz contato com seres extraterrestres do fictício planeta Gama Y-12. O ex-jogador atuou ao lado de Rosamaria Murtinho, Regina Duarte, Gianfrancesco Guarnieri, Carlos Zara e Stênio Garcia, entre outros.
A Copa do Mundo de 2002, disputada na Coreia do Sul e no Japão, causou problemas no relógio biológico dos brasileiros com suas partidas durante as madrugada. Para não perder a hora dos jogos do Brasil, a Coca-Cola criou o Despertador da Torcida, em que você ligava para determinado número e seu telefone, gratuitamente, recebia uma ligação próxima ao horário das partidas. A mensagem tinha a música criada pela empresa para a Copa e o Rei falando: “Vamos, torcedor brasileiro! É hora de acordar para torcermos juntos por nossa seleção! Rumo ao penta!”. O bom dia do Rei foi pé-quente e o Brasil deixou a Ásia com o pentacampeonato mundial.
Como um mito do esporte, Pelé tinha uma imagem valiosa, de alcance global, um prato cheio para o mercado publicitário. Além de comerciais para celulares, bebidas e roupas, as mais famosas campanhas protagonizadas pelo Rei são dos videogames Atari, veiculada em espanhol na América Latina, em que atua ao lado do piloto Michael Andretti e da lenda da NBA Kareem Abdul-Jabbar, e dos laboratórios Pfizer, que fabrica remédio para combater a impotência masculina.
Pelé teve participação política relevante no Brasil durante os anos 1990. No governo Fernando Henrique Cardoso, o ex-jogador se tornou ministro extraordinário do Esporte no recém-criado Ministério do Esporte. Foi o primeiro negro a assumir um posto do alto escalão político na história do Brasil.
Ícone da chamada Pop-Art, o americano Andy Warhol teve momentos de inspiração graças a Pelé. Em 1975, quando o Rei atuava pelo New York Cosmos, o artista o fotografou e tornou a imagem do jogador com uma bola de futebol uma obra de arte. Não é nenhuma lata de sopa ou uma banana, outras criações marcantes do artista, mas a imagem se tornou emblemática no trabalho de Warhol.
Durante a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, Pelé foi contratado para ser comentarista da Rede Globo e trabalhou nos jogos do Brasil ao lado de Galvão Bueno. Falador, o Rei acabou tirando o narrador do sério durante a transmissão do empate entre Brasil e Suécia. Depois do jogo, quando a jornada já estava fora do ar, Galvão detonou o companheiro para produção reclamando que “ele fala demais”.
O Rei do Futebol e a Rainha dos Baixinhos. Assim poderia ter sido a corte brasileira se o relacionamento do ex-jogador com a apresentadora de TV Xuxa Meneghel tivesse prosperado. O casal teve um breve romance durante a década de 1980. Xuxa disse uma vez que se arrependeu do relacionamento e que “o pé do Pelé era uma das coisas mais feias que ela já viu”. O ex-jogador respondeu com seu peculiar bom-humor “Se ela lembra do pé, imagine do resto!”.
Pelé era Rei desde os tempos de jogador, mas Cavaleiro da Rainha ele só se tornou em 1997. O atleta foi condecorado pela então rainha Elizabeth II e se tornou Sir Edson ou, popularmente, Sir Pelé. Como não é britânico, o jogador não podia usar o título de forma fixa, sendo apenas Cavaleiro Honorário.
“Era melhor ter ido ver o Pelé”. A tradução feita pelo SBT para o episódio “Vamos ao cinema” da série "Chaves" não traduz a fala real do personagem, mas representava muito bem o sentimento de Chespirito com relação ao ex-jogador. “Pelé, meu ídolo máximo, me ligou! Infelizmente não pudemos fazer o que ele queria, que era um filme com o 'Chaves'. Mas ficamos muito amigos, e eu fiquei muito orgulhoso. Contava para todos: 'Sabe quem me ligou? O Pelé!", contou Chespirito, antes de morrer
Nem só da imagem viveu Pelé. O ex-jogador sempre gostou de soltar a voz. Além de cantar, o Rei ainda tocava violão e compunha músicas. Entre seus sucessos estão as músicas “ABC”, “Quem sou eu? Quem é você?” (que cantou para Diego Maradona) e “Recado para as crianças” (que canta ao lado do Trem da Alegria). Pelé também gravou um compacto de sucesso chamado “Tabelinha” ao lado de Elis Regina.