'Inimigo' de Messi, ex-presidente do Barcelona é detido pela polícia; entenda

Ex-mandatário, além de três membros do clubes, foram presos para que o grupo especial da polícia da Catalunha recolha documentos sobre o caso do Barçagate

Foto: Divulgação
Messi e Bartomlomeu

Grande desafeto de Lionel Messi , Josep Maria Bartomeu , ex-presidente do Barcelona e que renunciou ao cargo , foi detido em sua casa pela polícia da Catalunha por conta do caso do Barçagate, segundo a imprensa espanhola. Óscar Grau, CEO do clube, Romà Gómez Ponti, responsável pelos serviços jurídicos e Jaume Masferrer, assessor e braço direito do ex-mandatário, também foram presos.

Alejandra Gil, juíza do caso, enxergou indícios de delitos após receber um informe dos Mossos d’Esquadra (grupo especial da polícia catalã). No último mês de fevereiro, a responsável pelo caso afirmou que as investigações iam seguir de forma secreta, uma vez que ainda faltavam documentações e depoimentos a serem lidos.

De acordo com jornalistas, é possível que todos os presos sejam libertados nas próximas horas após prestarem depoimentos. No entanto, a polícia utilizou esta estratégia para que pudesse apreender documentos que comprovem irregularidades em contratos do Barcelona com a empresa I3Ventures sem que nenhuma evidência pudesse ser alterada.



Entenda o Barçagate

Em fevereiro de 2020, a imprensa catalã revelou que a I3Ventures foi contratada pelo Barcelona para administrar contas nas redes sociais com o intuito de defender a diretoria presidida por Bartomeu e atacar ex-presidentes, como Joan Laporta, jogadores, como Messi e Xavi, e empresários locais. As investigações geraram a demissão de diversos membros da diretoria e os responsáveis pelo caso acreditam que há indícios de corrupção nos contratos entre o clube e a empresa.

Segundo as reportagens, o clube teria pagado cerca de um milhão de euros (R$ 6,7 milhões) à I3Ventures dividido em diferentes contratos com valores de aproximadamente 200 mil euros (R$ 1,3 milhão) com o intuito de contornar os controles internos. Na época, o Barça soltou um comunicado oficial negando qualquer participação no caso.

Após a nota, o programa “El Larguero” apresentou provas de que a I3Ventures era dona de uma página chamada “Respeto y Deporte”, além de um relatório em que a empresa administrava outras cinco contas no Facebook. Dessa forma, Bartomeu cancelou todos os contratos, mas negou que havia contratado o serviço para difamar pessoas ligadas ao clube. No mesmo dia, o ex-presidente se reuniu com os jogadores para explicar a situação.

O Barcelona contratou os serviços para que fosse realizada uma auditoria externa, além de Bartomeu ter suspendido o trabalho e o salário de Jaume Masferrer, assessor e braço direito do presidente. Meses depois, foi descoberto que o ex-vice-presidente continuou recebendo seus salários.

Em abril, Bartomeu exige a demissão de alguns membros da diretoria e seis nomes deixam o clube. No mesmo mês, o grupo de sócios Dignitat Blaugrana apresentou uma denúncia por administração irregular e corrupção. No entanto, além da I3Ventures, o programa “Què t’hi Jugues” revelou que outras cinco empresas do conglomerado da NiceStream também tinham contrato com o Barcelona.

Em junho, a juíza Ariadna Gil aceita a denúncia e em julho começam as investigações por parte dos Mossos d'Esquadra (grupo de polícia especial da Catalunha). Em outubro, a responsável vê indícios de delito no caso e prorroga a investigação pela primeira vez, enquanto a polícia da Catalunha acredita que possa ter havido administração irregular na contratação de um grupo de empresas. No fim do mês, Piqué dá uma dura entrevista criticando a falta de transparência e os ruídos políticos.