Ronaldinho Gaúcho foi preso com seu irmão Assis no Paraguai
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Ronaldinho Gaúcho foi preso com seu irmão Assis no Paraguai

O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho , detido pela polícia paraguaia com um passaporte falso , na noite de quarta-feira, responsabilizou o empresário Wilmondes Sousa Lira, de 45 anos, que o representa no país vizinho, por portar o documento adulterado. Tanto o craque quanto o irmão e agente dele, Assis, foram levados pelos agentes. É o que informou o comissário Gilberto Fleitas, diretor de Investigação de Fatos Puníveis da Polícia Nacional à rádio ABC Cardinal .

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Apontado como o autor dos documentos falsos, Lira também foi detido pelas autoridades. O empresário estava jantando com Ronaldinho e o irmão na suíte presidencial do hotel Yatch e Golf Club, onde estão hospedados. Ronaldinho e Roberto Assis usaram passaportes falsos para entrar no Paraguai, e isso chamou da atenção da polícia, que já sabia desde a manhã de quarta-feira sobre a situação, mas só pegou os dois irmãos à noite.

"É uma pena que um ídolo mundial tenha acontecido isso (...) Estamos diante de um evento punível, principalmente quando se trata de um documento oficial (...) Nas primeiras horas da manhã, quando havia uma convicção de que essas pessoas entraram com documentos paraguaios, além do passaporte, foi relatado que eles nunca entraram no registro do Departamento de Investigações", explicou o comissário da polícia à emissora.

O comissário comentou que Ronaldinho disse que foi convidado pela primeira vez para ir ao Paraguai por um compatriota para comparecer a inauguração de um cassino chamado Il Palazzo. No entanto, ele foi contatado por Sousa Lira, que aproveitaria sua presença no país para promover atividades de caridade de uma fundação chamada Angelic Fraternity, representada por uma política de San Pedro Colorado chamada Dalia López. O ex-jogador tinha uma visita agendada para a Angelic Fraternity Foundation nesta quinta-feira, mas não se sabe o que acontecerá após sua audiência.

Ronaldinho e seu irmão foram presos sob custódia policial no hotel onde estão hospedados e devem testemunhar na sede da Promotoria contra o Crime Organizado. O ex-craque informou à polícia que os documentos falsos foram levados por Sousa Lira para a casa de Ronaldinho no Brasil.

"Há um técnico trabalhando nisso. As investigações continuarão, verificará quem ou quem está atrasado no Brasil e no Paraguai", concluiu Fleitas.

Passaporte apreendido

Suposto passaporte falso de Ronaldinho Gaúcho
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Suposto passaporte falso de Ronaldinho Gaúcho

Em 2018, os passaportes de Ronaldinho foram apreendidos até que fossem pagos multa e indenização fixadas em um processo por dano ambiental. Ele foi condenado por construir ilegalmente um pier, com plataforma de pesca e atracadouro, na orla do Lago Guaíba, em Porto Alegre. A estrutura foi montada sem licenciamento ambiental em Área de Preservação Permanente. A multa foi superior a R$ 8,5 milhões.

Em setembro do ano passado, um acordo foi feito com o Ministério Público e os passaportes foram recuperados. Fora dos gramados desde 2015, Ronaldinho foi nomeado no ano passado como embaixador do turismo pelo presidente Jair Bolsonaro.

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Sem cidadania

Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, autoridades locais informaram que Ronaldinho Gaúcho e o irmão, Roberto de Assis Moreira, não fizeram nenhum pedido de cidadania paraguaia recentemente e a perícia está analisando os documentos apresentados na imigração do aeroporto. Os passaportes apreendidos são do Paraguai. Os Assis vão depor às autoridades locais na manhã desta quinta-feira, em Assunção, e chegaram antes das 9h.

Ronaldinho e Assis alegaram à polícia, no primeiro contato no hotel em que estão hospedados, que os documentos lhes foram entregues no aeroporto. Ronaldinho Gaúcho está no Paraguai para o lançamento do seu livro "Gênio da vida" e participaria do lançamento de um programa social destinado a crianças organizado pela Fundação Fraternidade Angelical.

Os documentos adulterados teriam sido entregues pelos responsáveis do evento. De acordo com a polícia paraguaia, os dois deixaram o Brasil, via Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com a documentação brasileira e só em solo paraguaio apresentaram os passaportes suspeitos.

"Se checou a documentação, que chamou a atenção. Para ter a nacionalidade paraguaia, ser paraguaio naturalizado, tem que estar vivendo há algum tempo no país e ter um trabalho, essas coisas. Ronaldinho é uma pessoa de fama mundial... Estou igual a vocês. Já verificamos que os números de passaporte pertencem a outras pessoas. São passaportes originais, mas com dados apócrifos. Esses passaportes foram tirados em janeiro deste ano", disse Federico Delfino.

Réu em ação coletiva

Duas semanas antes de ser detido no Paraguai com suspeita de uso de passaporte falso, Ronaldinho Gaúcho virou réu em mais uma ação na justiça brasileira. Em meados de fevereiro, foi divulgado que o ex-jogador é parte de uma  ação civil coletiva que pede R$ 300 milhões por danos morais e materiais por sua ligação com a empresa 18kRonaldinho, de criptomoedas.

Desde outubro de 2019, a firma bloqueou o dinheiro que clientes investiram em suas atividades. A ação é movida pelo Ibedec (Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo) de Goiás. A entidade afirma ter identificado 150 pessoas lesadas pelo bloqueio das contas da empresa. As vítimas moram em vários estados brasileiros e no exterior. Estimam-se prejuízos de R$ 1000 a R$ 500 mil.

Além de Ronaldinho e da empresa, os diretores são réus da ação. Eles eram os responsáveis por prospectar novos clientes no país. Ronaldinho seria o garoto-propaganda. Ele aparecia em vídeos e ações promocionais da empresa.

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