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Apesar da classificação do Vasco para a segunda fase da Copa Sul-Americana na última quarta-feira, o assunto do desembarque da equipe no Rio de Janeiro não poderia ser outro: o racismo sofrido pelo volante Juninho e pelo goleiro Alexander no empate por 0 a 0 com o Oriente Petrolero (BOL). Na chegada, o único que falou foi o diretor de futebol André Mazzuco. A assessoria havia divulgado antes que Leandro Castan e Ricardo Graça dariam entrevistas, mas eles saíram junto ao restante to grupo.

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Torcedores na Bolívia em ato racista contra goleiro do Vasco
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Torcedores na Bolívia em ato racista contra goleiro do Vasco



- É importante frisar que é inadmissível ter uma medida de muito ou pouco no caso de injúria. Não entra na cabeça falar que é muito o ou pouco. Para nós, é um ato que desrespeitou nossos atletas. É um problema que estamos enfrentando, sempre friso que nossa sociedade anda doente. Não estamos mais lutando para preservar valores, mas para resgatá-los - afirmou Mazzuco .

- Tomamos medidas, nosso gerente André Souza no mesmo momento já contactou o delegado da partida antes mesmo de finalizar a súmula. E hoje enviamos um termo de contestação para reforçar a posição. E contestar o cartão amarelo para o Ricardo. Repudiamos veementemente. Justamente em um momento que o mundo todo se volta para evitar esse problema. Os atletas lidaram da melhor forma possível, demos força, acho que as coisas caminharam bem ali - completou.

Mesmo com o empate, o Vasco garantiu a vaga na próxima fase por vencer no jogo de ida por 1 a 0 em São Januário, com gol de Germán Cano. O caso aconteceu aos 40 minutos do segundo tempo em Santa Cruz de la Sierra. Os jogadores do banco do Cruz-Maltino reclamaram com o árbitro e acusaram torcedores do Oriente Petrolero de racismo. José Argote Vega imediatamente puniu o zagueiro Ricardo Graça, que falava ao lado do goleiro Alexander, com cartão amarelo.


- Onde estávamos, só vimos a movimentação e já corremos para entender com os relatos dos atletas e de quem estava em volta. Focamos nessa atitude. Esperávamos que houvesse o relato na súmula, mas não aconteceu. Foram xingamentos racistas e as pessoas faziam movimentos de injúria. É inadmissível, não cabe. Não interessa o cidadão que cometeu, temos que punir - disse.

Em entrevista ao "O Globo", uruguaio Álvaro Silva, delegado da partida, afirmou que o racismo neste jogo foi "algo pequeno". O diretor prontamente criticou a declaração.

- Não tem medida para isso. Não é muito ou pouco, porque é grande. Injúria racial é fato. Não se mata alguém pouco ou muito. Lá mesmo já buscamos tomar as medidas. Vamos cobrar uma atitude mais firme. Tem acontecido isso em muitos estádios, mas não toleramos isso. Não aceitamos. Tem que haver respeito. Qualquer um merece respeito. Estamos em um momento de cobrar isso - rebateu Mazzuco.

Agora, o Vasco incia a preparação para a estreia na Taça Rio, no próximo dia 29, contra o Resende. A equipe terá a semana toda para se preparar. Nesta sexta, o grupo treina e terá folga durante o fim de semana.

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