Rodolfo Landim, presidente do Flamengo
UNIFLA / Reprodução
Rodolfo Landim, presidente do Flamengo

A ideia era que as famílias das vítimas do incêndio do Ninho do Urubu , que completará um ano neste sábado, ficassem frente a frente com os dirigentes do Flamengo. O motivo era a CPI do Incêndio da Assembleia Legislativa do Rio, convocada para esta sexta-feira, que buscava explicações sobre a tragédia que vitimou dez atletas da categoria de base rubro-negra. Mas não foi bem assim.

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A CPI , presidida pelo deputado Alexandre Knoploch (PSL), que teve início às 11h07, não contou com a presença de membros da atual ou anterior gestão do Flamengo . Havia a condição de que o presidente Rodolfo Landim não estivesse presente se um vice comparecesse, o que não ocorreu. O clube enviou o diretor jurídico Antonio Cesar Dias Panza e o advogado William de Oliveira.

Devido a isso, a casa encaminhou o pedido de condução coercitiva para, além de Landim, o vice jurídico do clube, Rodrigo Dunshee. Porém, o pedido terá que ser protocolado, o que fará a condução acontecer apenas na próxima sessão.

Já da gestão anterior, o ex-vice presidente de Patrimônio, Alexandre Wrobel, também teve a condução coercitiva encaminhada. Segundo o presidente da sessão, Wrobel enviou uma carta dizendo que não recebeu a convocação. Porém, foi desmentido com a alegação de "ter enviado articuladores para tentar mudar o procedimento da sessão".

O único familiar presente foi o pai de Pablo Henrique, Wedson Candido de Matos, que criticou o clube por ter abandonado os familiares e reafirmou que não recebeu nenhum contato durante o ano da tragédia.

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— A gente foi convidado para participar dessa reunião. Até então a gente não sabe o que vai acontecer. Nesse um ano não tivemos contato nenhum com o Flamengo. Total desprezo. O Flamengo nos abandonou. Não procura, não conversa. Desde a tragédia, conversei com o Flamengo uma vez. Mas não falei com dirigente, advogado — iniciou Wedson:

— O Pablo é um menino carinhoso, inteligente, cheio de sonhos, que infelizmente foi consumido pelo fogo. Era um bom zagueiro, com certeza ia galgar uma carreira. A vida do meu filho não tem preço. Vamos ter que carregar essa dor para o resto da vida.

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O pai de Pablo também criticou a Justiça, a quem se referiu como "ser para rico". Ele afirmou estar representando outros familiares na sessão:

— Justiça é para rico, para pobre não existe. Se a gente tivesse o peso que o Flamengo tem já teria resolvido.

Advogada da família de Pablo, Mariju Maciel, afirmou ter enviado um pedido ao Flamengo para poder entrar amanhã no Ninho do Urubu para acender uma vela no local onde o filho faleceu. Afirmou que ainda não recebeu resposta do clube.

O Flamengo tem acordo com as famílias de Gedson Santos, Athila Paixão, Vitor Isaias e com o pai de Rykelmo. O clube também paga uma pensão de R$ 10 mil aos familiares.

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