Para Blatter, investigação dos EUA contra Fifa foi retaliação
Suíço lembrou derrota em pleito para sediar Copa de 2022
O ex-presidente da Fifa Joseph Blatter afirmou em entrevista ao jornal "L'Equipe" que os Estados Unidos só começaram a investigar os desvios na entidade porque não venceram a disputa para sediar a Copa do Mundo de 2022, que está sendo organizada pelo Catar.
"Se o Mundial de 2022 tivesse ido para os Estados Unidos, tudo isso não teria acontecido porque os norte-americanos não teriam motivo para atacar a Fifa. Ele teriam realizado o seu Mundial e eu teria conseguido terminar, tranquilamente, os meus últimos quatro anos de mandato", afirmou o cartola.
Leia também:
+ Ex-São Paulo, Ilsinho será mais um brasileiro atuando na MLS
+ Rogério Ceni ganha edição especial de jornal
Blatter se referia ao escândalo de corrupção que abalou a cúpula da Fifa. Em uma série de investigações feitas em parceria da Suíça e dos EUA, sete altos dirigentes - entre eles o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol José Maria Marin -, foram presos em um hotel de Zurique. Posteriormente, foram extraditados para o território norte-americano.
Segundo o suíço, o que ocorreu naquele dia foi um "atentado" e ele chegou a temer por sua própria segurança. "Eu ainda estava em casa quando, às 6h10, ouvi a notícia. Isso me chocou muito.
"Quando cheguei a meu escritório às 7h, alguém me disse: 'Blatter; você será o próximo'. Eu tinha a sensação de ter sido abandonado. Naquele dia, eu disse: 'O bom Deus me abandonou'", revelou ao jornal.
Reafirmando que deixou o cargo "para salvar a Fifa", o cartola - que está banido por seis anos do futebol - disse que a ideia da renúncia foi de seus advogados.